quarta-feira, 7 de setembro de 2011

NATIVIDADE DE MARIA, MÃE DE JESUS

Quinta-feira, 08 de Setembro de 2011

Texto de Leitura: Mt 1,1-16.18-23

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”A vontade de Deus é sempre salutar, mesmo quando não corresponde aos nossos desejos”  (Santo Arnaldo Janssen, fundador da SVD).

”Quanto mais santa é uma obra, tanto maiores as dificuldades que, normalmente, se apresentam” (Idem).
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A festa da natividade de Maria, mãe de Jesus, tem como inicio no século V/VII. Mas nada nos diz o Novo Testamento sobre o nascimento de Maria. Nem sequer nos dá a data exata de seu nascimento ou o nome de seus pais, ainda que segundo a tradição se chamassem Joaquim e Ana. Mas quem vive não precisa provar que nasceu nem precisa defender a existência de seus pais.

Tudo o que sabemos do nascimento de Maria é lendário e se encontra no evangelho apócrifo de São Tiago, segundo o qual Ana, sua mãe, se casou com um proprietário rural chamado Joaquim, de Nazaré. Descendência da família real de Davi. Levavam já vinte anos de matrimônio e o filho tão esperado não chegava. Os hebreus consideravam a esterilidade como um castigo do céu. Por isso, eram menosprezados. Joaquim, muito triste se retira ao deserto para obter com penitências e orações a desejada paternidade. Ana intensificou suas orações, implorando a graça de um filho. Como fruto dessa oração perseverante apesar de tantas humilhações e obstáculos, Joaquim e Ana foram premiados por Deus uma filha chamada Maria.

Com a festa da natividade de Maria celebramos a fidelidade de Deus em quem podemos nos apoiar em qualquer situação, como reza o Salmo responsorial: “Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio materno, o meu amparo”. Maria é fruto de uma oração perseverante diante de Deus da fidelidade. Mesmo que a Bíblia fale muito pouco sobre Maria, mas ninguém vai negar que ela é a Mãe do Redentor, Jesus Cristo. Esforcemo-nos por viver como Maria: mãe carinhosa, educadora com a palavra e com a vida para seu Filho, Jesus Cristo, e para seus filhos que somos todos nós. Assim nós seremos motivo de consolo e de alegria para aqueles que de nos se aproximarem e para aqueles com os quais convivemos e trabalhamos.

O texto do evangelho deste dia é lido em função da festa da natividade de Maria, Mãe de Jesus. A lista de pessoas na genealogia de Jesus contém alguns dos mais significativos nomes como também alguns nomes que têm má fama; contém tanto pecadores como santos. Dos 14 reis judeus que Mateus elenca entre Davi e a deportação somente dois (Ezequias e Josias) poderiam ser considerados fiéis aos padrões de Deus. O resto não passou de um estranho bando de idólatras, assassinos, incompetentes e adoradores de poder e prodígios. O próprio Davi foi uma surpreendente combinação de santo e pecador. Houve naturalmente o assassínio premeditado do marido de Betsabé (Urias) de modo que Davi pudesse possuir legalmente a viúva.
        
Mas Deus é aquele que cumpre seus propósitos através daqueles que outros considerariam como não importantes e facilmente esquecíveis. Deus se serve tanto de instrumentos fracos como de instrumentos saudáveis, pois o agente principal da salvação é o próprio Deus.
        
Além dos reis fracos e pecadores, a escolha de mulheres mencionadas na genealogia é surpreendente. Nada ouvimos ou lemos a respeito das santas esposas patriarcais como Sara, Rebeca ou Raquel. Mateus coloca na genealogia quatro mulheres de má fama:
·        Tamar: Uma cananéia, estrangeira que teve caso com o sogro, Judá.
·        Raab: Era uma verdadeira prostituta, mas que protegeu os espiões israelitas que tornou possível a conquista de Jericó (Josué 2).
·        Rute: Foi outra estrangeira, uma moabita que se relacionou com Booz cujo resultado foi o nascimento de uma criança que seria o avô do Rei Davi.
·        Betsabé: É uma vítima da luxúria de Davi, de quem nasceu Salomão, sucederia Davi na monarquia.

Todas estas mulheres tinham, então, uma história conjugal com elementos de escândalo e desespero humano. No entanto, eram instrumentos ativos do Espírito de Deus na continuação da sagrada linha do Messias.

Mateus quer nos relembrar e transmitir um Deus que não hesitou em usar a torpeza tanto quanto a nobreza, a impureza tanto quanto a pureza, homens a quem o mundo ouviu atentamente e mulheres que o mundo censurou. Este Deus continua a trabalhar com a mesma mistura e continua a nos surpreender. Deus pode nos usar como Seus instrumentos apesar de sermos pecadores, fracos ou débeis. Mas que tenhamos uma disponibilidade para servir esse Deus que nos compreende profundamente nossos defeitos. Servir é uma adoração em ação, é uma continuação da minha adoração. Servir é prestar ajuda sem esperar recompensa e reconhecimento. Quem serve com o Espírito de Deus jamais murmura, pois o tempo é precioso para ele.

Outro personagem importante no evangelho deste dia é José, esposo de Maria chamado de o justo isto é, aquele que vive fielmente de acordo com os mandamentos de Deus. O texto nos mostra que José sabe criar o silêncio dentro de si para escutar melhor o que Deus quer dele numa situação complicada e difícil do ponto de vista humano. Se dependesse de sua vontade, José abandonaria Maria e o Salvador no ventre de Maria. Mas ele acredita muito mais na vontade de Deus do que na sua vontade. Por causa da sua fidelidade à vontade de Deus, ele deixa de lado os planos de raciocínios meramente humanos. José deixa de se preocupar consigo próprio para seguir a vontade de Deus. Por isso, ele cria um espaço interior para ouvir a voz de Deus. Ele deixa ser convidado a entrar no “sonho” de Deus. O “sonho” de Deus é salvar a humanidade, mas com a participação do próprio ser humano.

É tocante a docilidade de José diante da vontade de Deus que ele nem pede nenhuma explicação de Deus, como Maria (Lc 1,34), nem diz uma única palavra. Simplesmente ele faz seus os desígnios de Deus. Por isso, na perspectiva de sua que o anima, a estrutura humana de José se torna gigantesca. Ele é realmente um homem-sinal e homem-missão que se expressa no respeito pelo mistério de Deus operado em Maria e na vocação de ser o pai legal de Jesus. Da mesma forma, somos todos convidados, a exemplo de José e de Maria, a participar no “sonho” de Deus. É bom sonharmos com Deus para acordarmos e vivermos a nossa vida com Ele.

Desejamos, neste dia, muitas felicidades e muitas bênçãos para todos os verbitas no mundo inteiro. Hoje a Congregação do Verbo Divino, SVD (Atualmente há 6067 membros no mundo inteiro) faz 136 anos de sua fundação (08/09/1875). Sobre Maria, Mãe de Jesus, a quem tinha muito amor e devoção, Santo Arnaldo Janssen, fundador da SVD (e mais duas congregações femininas: SSpS e SSpS da Adoração Perpétua) dizia: “A relação de Maria com a Santíssima Trindade é a de filha, mãe e esposa. De todas as filhas da terra ela foi a escolhida do Pai celeste. O Filho Eterno a elegeu como mãe para que pudesse assumir a carne humana. O Espírito Santo a amou como esposa e fez dela um vaso santo e eleito das divinas graças. A humildade da Rainha dos Anjos foi uma virtude marcante. Ela que disse: "Eis aqui a escrava do Senhor”. Temos de aprender de Maria, de quem a escritura fala:”Ela guardava todas estas palavras em seu coração”(Lc 2,19)”.

Santo Arnaldo Janssen levava a sério a vontade de Deus, como Maria que se entregou totalmente à vontade de Deus através do seu Fiat, “Faça-se!”: “Que a santa vontade de Deus seja bendita para sempre! Temos que adorar esta vontade e abraçá-la com amor, se queremos agradar a Deus. Peço ao bom Deus que nos permita reconhecer sua santa vontade e nos conceda uma alegre serenidade em cumpri-la”.
P. Vitus Gustama,svd

”Não são as longas orações e sim as ações generosas que comovem o coração de Deus” (Santo Arnaldo Janssen).

“A confiança é a chave do incomensurável tesouro de Deus. A confiança em Deus é a virtude da qual o missionário deve haurir toda força e todo auxílio. O missionário deve ser um autêntico herói da confiança em Deus” (Idem).

“Quem vive sempre unido a Deus, o mundo lhe pertence e cada dia é um milagre. Quem reza, prende a Terra ao Céu”. (Idem)


”Sempre é necessário rezar muito. A vida sem oração é o caminho certo para o inferno. E A língua que todos entendem é a linguagem do amor” (São José Freinademetz, um dos dois primeiros missionários da SVD  enviados para a China aos 02 de março de 1879).

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