sábado, 10 de setembro de 2011

VIVER PRODUZINDO BONS FRUTOS

Sábado, 10 de Setembro de 2011
Texto de Leitura: Lc 6,43-49

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“Como pode dar frutos sadios uma árvore com a raiz doente? Muda teu coração e verás mudar tuas ações. Arranca a concupiscência e planta a caridade. Da mesma forma que a concupiscência é a raiz de todo mal, a caridade é a raiz de todo bem (Santo Agostinho. Serm. 72, 4,4)
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O texto do evangelho deste dia pertence ao Sermão da Planície de Lucas. Nesta ultima parte desse Sermão a palavra chave que dá unidade para o evangelho deste dia é “fruto”. Os frutos denunciam a árvore se é sã ou doente, se é boa ou má. Do mesmo modo o fruto do coração, o que dele trasborda na boca. A palavra denuncia nosso coração. A palavra revela a bondade ou a maldade do coração. O que é bom, da bondade que junta no seu coração tira o bem; e o que é mau, da maldade tira o mal, porque a boca fala daquilo que trasborda do coração: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”, diz-nos o Senhor (Lc 6,45). A vida moral e ética se verifica em seus frutos.

“A boca fala do que o coração está cheio”. Quando as palavras são amargas, porque há uma amargura dentro de coração. Quando as palavras são amáveis, é porque o coração está cheio de bondade e isso é que aparece para fora. Tudo que falamos revela quem somos nós. Aquilo que fazemos e falamos manifesta que classe de pessoas nós somos.

O critério fundamental de onde se deve discernir a vida de um cristão será seus frutos, “porque cada árvore é conhecida por seus frutos”. Duas comparações servem a Jesus para explicar a importância das ações humanas. Por um lado, a qualidade do fruto nos diz da qualidade da árvore. Por outro lado, o tipo de fruto nos diz de onde procede. O mesmo acontece com nossa vida. Se nossa vida estiver unida a Jesus e ao seu evangelho, ela dará frutos bons para a convivência e para a vida eterna. 

O que mais importante é que diante de Deus a bondade é que se conta. Por isso, jamais tenhamos medo de ser verdadeiros, de ser pessoas do bem, de ser bondosos, de ser justos, de ser honestos, de ser corretos. O mal aparentemente é onipotente e onipresente, mas ele não tem futuro, pois não se conta diante de Deus. Somente o bem e a bondade têm futuro. Por isso, a bondade e o bem são investimentos que nunca falham. A bondade é a própria perfeição possuída por um ser. A bondade significa também a capacidade que possui um ser de dar ao outro a perfeição que lhe falta. Sejamos bons e bondosos para que tenhamos desde já o nosso futuro com Deus.

O cristão é aquele que vive na terra antecipando o céu. E o céu é o próprio Deus. E Deus é o supremo Bem. Aquele que pratica o bem é porque ele é de Deus. Mas aquele que semeia a maldade, não é de Deus, mesmo que freqüente qualquer tipo de culto religioso.

Em cada Palavra de Deus proclamada e meditada queremos enraizar nossa vida em Deus, de tal forma que Sua vida divina corra por todo nosso ser, e Seu amor circula entre nós criando assim uma verdadeira comunhão de vida com o Senhor para que possamos produzir frutos abundantes de bondade.

Pôr em prática as palavras de Jesus é o fundamento mais sólido da vida de qualquer cristão e de qualquer pessoa de boa vontade, e, portanto, é o melhor critério para distinguir o verdadeiro do falso discípulo. Este é o significado da construção de uma casa sobre a rocha. Somos convidados a escutar a Palavra de Deus, mas sobretudo, a fazer desta Palavra ações concretas de vida. A fé firme que nunca vacila é a fé que se apóia sobre as Palavras de Jesus, como sobre uma rocha, que resiste às tormentas da dúvida porque, como diz São Paulo: “Eu sei em quem coloquei minha fé” (2Tm 1,12).

Hoje, Jesus nos convoca a ser mos casa construída sobre a rocha da solidariedade, árvore de excelentes frutos, coração que transborda misericórdia. Do contrário, andaremos como um cego sem descobrir a verdadeira direção do Reino da Vida.

O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”, diz-nos o Senhor (Lc 6,45). Precisamos refletir seriamente sobre estas palavras do Senhor.

P. Vitus Gustama,svd


“No interior do homem há uma disputa contínua (Santo Agostinho. Serm. 11,12)

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