domingo, 11 de março de 2012

PERDÃO É A IMITAÇÃO DA MISERICÓRDIA DE DEUS PARA COMIGO


Terça-feira, 14 de Março de 2012

Texto de Leitura: Mt 18,20-35

Naquele tempo 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?' 22Jesus respondeu  'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caíu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: `Paga o que me deves'. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei'. 30Mas o empregado nóo quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: `Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.'


Até sete vezes devo perdoar meu irmão?” é a pergunta de Pedro a Jesus.

Pedro propõe um número elevado de oportunidades de perdão, considerando que isso é uma atitude nobre. Sete vezes não são poucas! Mas de qualquer maneira, ele se preocupa com os limites da atitude fraterna.

Jesus lhe corrige sua perspectiva legalista. No lugar de umsete” é melhor setenta vezes sete. No AT o numero 77 representava a vingança dos filhos de Caim (Gn 4, 24). Jesus muda os términos e converte o número de vingança em símbolo da reconciliação. Logo Jesus propõe uma parábola que mostra a deficiente atitude dos que estão pendentes de contabilizar a misericórdia, o perdão e a fraternidade.

Jesus fala para Pedro que no exercício da caridade fraterna, especialmente neste caso sobre o perdão mútuo, não existe limites. O perdão deve estender-se até onde chegou a dor ou o desejo de vingança. Em outras palavras, o perdão deve ser proporcional à dor que sentimos causada por nosso semelhante ou ao desejo de vingança que temos contra quem nos fez mal. Quem perdoa e é perdoado hoje, sempre tem possibilidade de voltar a pecar amanha, porque nossa fidelidade a Deus pode não ser definitiva. No entanto, sempre que nos convertermos e voltarmos arrependidos, nós encontraremos um Pai bondoso e misericordioso para nos acolher e perdoar. A simples consciência da imensidade do perdão recebido de Deus deveria ser suficiente para motivar cada um de nós a perdoar. Ao contrário, a insensibilidade em relação ao dom recebido de Deus torna impossível a concessão de perdão ao próximo.

O perdão refaz as pontes, encurta as distâncias e desarma os espíritos. Quando a pessoa não perdoar, ela se torna refém do próprio ódio ou rancor, e conseqüentemente perde a liberdade e perturba a convivência. O perdão é que possibilita a própria existência e a continuação da comunidade ou de uma convivência. Sem perdão não existe vida fraterna, vida conjugal, vida familiar, vida religiosa ou vida comunitária e social.

Hoje o mundo enfrenta um ambiente de intolerância, violência e desrespeito aos direitos humanos. Esta cadeia se faz interminável porque os agredidos buscam vingança por sua própria mão e fazem crescer a espiral de violência. É igual aos filhos de Caim: se um fosse agredido, a vingança seria sete vezes. Somos seguidores de Cristo e por isso, nossa atitude não é a dos filhos de Caim que assassinou o próprio irmão, Abel. Nossa atitude é a de Jesus Cristo que morreu perdoando: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, rezou Jesus da cruz pelos seus inimigos (Lc 23,34). Para perdoar o cristão tem que ser forte espiritualmente. Não perdoar é a manifestação de nossa fraqueza espiritual. Não podemos transformar nossa fraqueza espiritual em uma morte lenta de nossa vida como filhos e filhas de Deus.

Não saber perdoar para qualquer seguidor de Cristo é um comportamento cínico e é o fruto de uma atitude interior na qual o egoísmo, o próprio interesse ocupa de tal forma o posto reservado ao amor limpo, ao gozo pela felicidade dos demais, à alegria de sentir-se instrumento de paz e concórdia que não deixam a luz do Espírito divino e a luz da sensatez humana penetrar no nosso coração e inundar nossa vida de cristãos.

O perdão é uma categoria fundamental e radical no Evangelho e é proposto por Jesus, para a comunidade, como um elemento constitutivo da qualidade das relações. Perdoando o passado doloroso se constrói um futuro esperançador. Trata-se de uma atitude positiva e otimista. O mal não tem a ultima palavra porque o homem e a mulher podem mudar. Deixemos hoje as seguintes interrogações que podem complementar a interrogação de Pedro: Quantas vezes tenho que perdoar? O que tenho que perdoar? Quantas vezes os outros devem me perdoar? O que devem me perdoar?

P. Vitus Gustama,svd

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