segunda-feira, 4 de junho de 2012

DEUS DA VIDA E DEUS DOS VIVOS
 

Quarta-feira, 06 de Junho de 2012

Texto de Leitura: Mc 12,18-17

Naquele tempo, 18vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: 19Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão”. 20Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. 21O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Porque os sete se casaram com ela!” 24Jesus respondeu: “Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? 25Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’? 27Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados”.
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Uma das coisas que sempre preocupam o homem é o seu destino final. O que passa depois da morte? Nós nos encontramos hoje diante da Palavra de Deus que toca um dos pontos mais difíceis de entender em nossa vida: a realidade da morte e a proposta cristã da Ressurreição. Ainda não entendemos as propostas cristãs da Ressurreição porque constantemente vivemos aferrados a uma falsa corporalidade pelo medo que nos inculcaram diante da realidade da morte. Cada dia os homens e as mulheres de nosso tempo vivem em um pânico constante diante da morte. Pânico que nos faz viver a vida de forma escrupulosa e de falsos moralismos.

Para o cristão, a resposta de Jesus ilumina este mistério e o faz viver em paz, pois agora sabe que não existe a morte e sim simplesmente uma transformação para quem vive no Senhor e com o Senhor e que se traduz na convivência fraterna com os demais.

A esperança na ressurreição é a força capaz de ordenar as realidades humanas numa escala de valores posta na vida eterna. Por isso, Jesus ensina que a vida eterna será dada na gratuidade e a universalidade na relação entre os homens, não haverá domínio de uns sobre outros, a existência será uma grande festa de vida eterna e plena. A ressurreição não pode ser entendida na perspectiva dos valores temporais. Isso é o que no texto significam os anjos.

Por outro lado, devemos entender no texto que Deus é um Deus dos vivos e não dos mortos. Devemos aprofundar sobre o mistério de um Deus que dá a vida, que transforma nosso ser, que nos ressuscita. Desta forma, o evangelista Marcos antecipa o conteúdo da ressurreição de Jesus como vida depois da morte e nos convida a descobrir o verdadeiro poder de Deus que transforma as forças da morte em forças de vida. O Deus que Jesus dá a conhecer é um Deus doador de vida e que deseja que as pessoas voltem a nascer de dentro com novos valores de vida e de justiça.

Diante da morte temos que ter uma atitude de acolhida e uma grande capacidade de tratá-la como fez São Francisco de Assis que chamava a morte de “a irmã Morte”, e diante da Ressurreição temos que entender o conteúdo de justiça que ela esconde.

A morte é um mistério, também para nós. Mas fica iluminada pela afirmação de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá” (Jo 11,25). Não sabemos como, mas estamos destinados a viver, a viver com Deus, participando da vida pascal de Cristo, nosso irmão. A ressurreição é a morte de nossa morte para vivermos eternamente com Deus. Santo Agostinho nos dá o seguinte conselho: “Confia em Deus; Ele sempre dá o que promete. Sabe o que promete, porque é a verdade. Pode prometer porque é onipotente. Dispõe de tudo porque é a própria vida. Oferece todas as garantias porque é eterno” (In ps. 35,13). “Deus, de quem separar-se é morrer, a quem retornar é ressuscitar, com quem habitar é viver. Deus de quem fugir é cair, a quem voltar é levantar-se, em quem apoiar-se é estar seguro. Deus, a quem esquecer é morrer, a quem buscar é viver, a quem ver é possuir” (Solil. 1,1,3).

P. Vitus Gustama,svd

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