segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SER RESPONSÁVEL NA CONVIVÊNCIA E TER FÉ EM DEUS PERMANENTEMENTE 
 
 

Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012

Texto da Leitura: Lc 7,1-6

Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. 3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
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No texto do evangelho de hoje encontramos três lições que Jesus passa para todos nós, seus seguidores e para todas as pessoas de boa vontade. As duas primeiras lições se referem às relações fraternas: sobre o escândalo e a necessidade do perdão mútuo (Lc 17,1-4). A terceira lição se refere ao tema da fé (Lc 17,5-6).


“É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos”. Assim Jesus começou suas lições. Trata-se do tema sobre o escândalo.


A palavra escândalo provém do gregoskándalonque significa pedra de tropeço que aparece ou é colocada no caminho de alguém que o leva a cair ou que provoca a queda. Cada cristão tem uma missão de levantar as pessoas prostradas pelos problemas e dificuldades encontrados na vida e não para causar a queda de quem quer que seja.


Em outras palavras, cada cristão não somente tem responsabilidade sobre si próprio, mas também sobre os demais. A palavraresponsabilidade” tem sua origem etimológica no latim: “respondere” que significa “prometer”, “garantir”. O que garante a responsabilidade e o sentido da vida do ser humano são os valores. Ter responsabilidade significa ser coerente com os valores reconhecidos. Responsabilizar-se significa elevar a própria existência para uma dimensão superior por causa da vivência dos valores reconhecidos. Responsabilidade e valores sempre andam inseparáveis. Todo ato autenticamente responsável está em comunhão com os valores. Quem vive de acordo com a responsabilidade jamais se torna escândalo para os demais.


“Os pequenos” dos quais Jesus fala neste texto são os que ainda estão fracos na . Em vez de fazer escândalo contra eles, o cristão deve dar-lhes a atenção e acolhê-los e cuidá-los. A palavracuidarsempre se refere ao amor, à atenção, à proteção e assim por diante. Os que têm mais maturidade na jamais podem ser causadores de qualquer tipo de escândalo (cf. Rm 14,13; 1Cor 8,9.13).


“Se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. Esta é a segunda lição dada por Jesus neste texto.


Para os cristãos e para quem acredita em Deus de amor e de misericórdia, o perdão não é apenas uma exigência moral, e sim o testemunho visível da reconciliação de Deus operando em cada um de nós. Porque a lei do perdão é vinculante, e não facultativa: é como um contrato firmado com o sangue de Cristo. Depende de mim ratificá-lo, derramando sobre os meus semelhantes aquilo que Deus me deu. Por isso, quando alguém perdoa o outro, na verdade, ele está agindo em conformidade com Deus que concede prodigamente o seu perdão para o ser humano. O perdão é a expressão máxima do amor. Se Jesus insiste no perdão mútuo como a expressão máxima do amor é porque somente o amor tem futuro e se conta diante de Deus. O mal não se conta diante de Deus e por isso, ele não tem futuro.


“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé! ’. O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria’’”. É a terceira lição que Jesus passa para todos os seus seguidores.


Os apóstolos percebem que estão vacilando, sentem-se tentados a voltar atrás, como tinham feito muitos discípulos (cf. Jo 6,60). Eles reconhecem que somente a força da fé os permitirá aceitar, com todas as suas conseqüências, as exigências do perdão. Eis então que surge espontaneamente nos seus lábios o pedido de socorro: “Aumenta a nossa fé!” Os apóstolos têm certeza que só com a confiança ilimitada em Jesus é que eles podem realizar coisas impossíveis aos olhos humanos. Por isso, eles querem ter o poder de Jesus Cristo.


Os discípulos querem ter mais fé. A resposta de Jesus tira deles o conceito de maior ou menor em termos de fé para o conceito de uma fé genuína. Basta ter uma mínima fé, mas autêntica (como o grão de mostarda, Lc 13,19) para o homem realizar grandes coisas. Se há fé real, então, os efeitos se segurarão. Não é tanto uma grande fé em Deus que é exigida, quanto a fé num Deus grande. A imagem da amoreira arrancada e transplantada no mar expressa plasticamente a força da confiança plena em Deus. Isto quer dizer que a fé genuína pode realizar aquilo que a experiência, a razão e a probabilidade negariam, se for exercida dentro da vontade de Deus. Quando a força humana terminar, a fé vai a continuar, pois a fé transforma os nossos limites em forças, pois a fé é a participação na vida divina. A fé nos dá a convicção de que estamos constantemente envolvidos pelo amor de Deus.

P. Vitus Gustama,svd

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