segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

30 de Janeiro de 2013

SER SEMEADOR DO BEM
 

Quarta-feira da III Semana do Tempo Comum

 

Texto: Mc 4,1-20

 Naquele tempo, 1Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. 2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3“Escu­tai! O semeador saiu a semear. 4Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. 8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. 9E Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. 10Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11Jesus lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”. 13E lhes disse: “Vós não com­preendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14O semeador semeia a Palavra. 15Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. 18Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.” 
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A agora suas palavras (seus ensinamentos) e seus gestos qualificam Jesus com “o Mestre”. E acompanhando Jesus até agora nós nos sentimos discípulos. Ser discípulo de Jesus significa aprender uma forma nova de viver e de conviver. Temos aprendido de Jesus um modo novo se comportar diante da crítica e da calunia (cf. Mc 3,20-30), diante do perigo da morte (Mc 3,6) sem deixar de ser coerentes com as próprias escolhas: buscar o bem, inclusivo o dos adversários. O que conta na vida é fazer a vontade de Deus, que nos converte em família de Jesus (Mc 3,31-35).

 
No início e no final da parábola Jesus usa um imperativo dirigido a todos cujo verbo em destaque é “Escutar”: “Escutai...” (Mc 4,3); “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mc 4,9). O primeiro soa como uma ordem ou como um convite insistente para prestar atenção: “Escutai...!”. O segundo, tem um tom mais pessoal. Trata-se de um convite eito a cada um em particular para que volte a refletir sobre aquilo que foi ouvido. Isto quer nos dizer que a escuta não é suficiente. É preciso chegar a ser pessoalmente sujeito capaz de entender. Aqui não importa quem fala e sim quem escuta. Cada um deve tomar sua própria responsabilidade.

 
Observemos agora a parábola. O ensinamento da parábola do semeador não se refere, antes de tudo, aos ouvintes da palavra e sim aos semeadores, ou seja, aos evangelizadores, dos quais o primeiro é Cristo e depois dele são todos os demais evangelizadores, os quais não podem pretender ser mais do que o próprio Mestre Jesus Cristo.

 
Chama atenção sobre o trabalho do semeador: é um trabalho abundante, sem medida, sem distinção. Ele semeia para todos os tipos de terreno. O fracasso não é o mais do semeador, mas da capacidade receptiva e acolhedora do terreno para deixar a semente crescer e dar fruto. A partir do semeador, no Reino de Deus não existe trabalho inútil, nada se desperdiça. 

 
Ainda que aos olhos dos homens grande parte do trabalho do evangelizador pareça inútil e vão, ainda que os fracassos pareçam ser somados aos fracassos, Jesus se transborda de alegria e de certeza, pois a hora de Deus vai chegar e com ela terá uma coleta abundante superior a toda súplica e imaginação. De todas as formas, êxito ou fracasso, desperdício ou não desperdício, o trabalho da semeadura/semeação não tem que ser calculado, acautelado, precavido. Sobretudo nãoque escolher o terreno ou lançar as sementes em uns terrenos e em outros não. O semeador lança a semente para todos os terrenos sem distinção. Ninguém deve nem pode antecipar o juízo de Deus nem sequer o semeador tem direito a fazer isso.

 
Por outro lado, Mc insiste em acrescentar a necessidade da disposição dos ouvintes. Mc coloca algumas disposições interiores e pessoais para que a Palavra ouvida seja entendida e cresça. As principais disposições são: abertura e sensibilidade aos valores do Reino, resistência diante do espírito mundano e liberdade interior ou um coração limpo de tudo que é mau ou ruim.

 
Concretamente, o que esta parábola nos quer ensinar? Precisamos pensar no valor da semente ou do grão de trigo. A semente ou o grão de trigo serve para nos alimentar para que possamos viver e sobreviver enquanto estivermos nesta terra. A semente ou o grão de trigo representa tudo o que é bom e útil para a edificação de um ser humano. Precisamos ser semeadores de tudo o que é bom, útil e verdadeiro para uma boa convivência fraterna. Precisamos alimentar os outros com o que é bom e verdadeiro. Para isso, precisamos nos alimentar, primeiro, de tudo o que é bom e verdadeiro, pois ninguémaquilo que não tem. Não é cristão aquele que semeia o que é mau ou ruim. O evangelho usa um termo para este tipo de pessoa como inimigo de Deus que semeia o joio no meio de trigo (Mt 13,25). Este tipo de pessoa trabalha à noite para significar as trevas que dominam sua vida. O trabalho do cristão é semear as sementes da bondade, do amor, da solidariedade. A bondade é o único investimento que nunca falha. O cristão não tem que se preocupar com a colheita. A semente da bondade e da capacidade de fazer o que possa edificar os outros não pode deixar morrer na mão. O cristão tem que plantá-la para os outros e nos outros. Lembre-se o cemitério é o lugar de decomposição. O que é bom, útil e verdadeiro, temos que fazer antes disso. O resto é apenas uma pura vaidade que vale a pena largar. Sejamos bons e perseverantes semeadores do bem!
 

P. Vitus Gustama,svd

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