terça-feira, 30 de abril de 2013

AMAR COMO ESTILO DE VIDA A EXEMPLO DE JESUS  
 

Sexta-feira da V Semana da Páscoa
03 de Maio de 2013
 
SÃO FILIPE E SÃO TIAGO, APÓSTOLOS

Texto: Jo 15,12-17
(evangelho do próprio dia da V semana da Páscoa)

 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.

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Continuamos ainda no discurso da despedida de Jesus dos seus discípulos no evangelho de João (Jo 13-17). No evangelho de hoje Jesus fala do amor como o maior mandamento para seus seguidores e se apresenta como amigo dos discípulos e de todos os seus seguidores.


Amar como o estilo de vida


“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Este é o mandamento do Senhor! Não se trata de uma lei (nomos), e sim de um estilo de vida (entolé).


Mas que tipo de amor que Jesus recomenda? Que tipo de amor que ele fala como o estilo de vida? Jesus se põe a si mesmo como modelo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15,12). De que maneira Jesus nos amou? O amor de Jesus é gratuito, generoso, universal, incondicional e sem limites. Jesus amou ao longo dos dias e dos anos; amou até a morte e além da morte. Sem limites: até dar tudo, gastar tudo, despojar-se de tudo. O amor de Deus não se deixa condicionar e nem sequer impor limites pelos maus comportamentos do homem: “Deus faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos”, diz Jesus no Sermão da Montanha (Mt 5,45).   Ele se entregou pelos demais ao longo de sua vida até o extremo: a morte na cruz: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). É o amor concreto. É amar não com palavras apenas e sim com obras, com a compreensão, com a ajuda oportuna, com a palavra amável, com a tolerância, com a doação gratuita de si mesmo. O amor autêntico exige sempre o sacrifício e o total esquecimento de si. É amar por amor. São Bernardo afirma: O amor basta por si só e por causa de si. Seu prêmio e seu mérito se identificam com ele mesmo. O amor não requer outro motivo fora de si mesmo. Amo porque amo; amo para amar”. Você vive não quando respira, mas quando ama. Do ponto de vista cristão a capacidade de viver o amor fraterno é o critério de maturidade cristã.


Para nós, cristãos, a atitude de amor aos demais deve ser uma conseqüência prática de nossa comunhão com Cristo na Eucaristia. Porque o Cristo que comungamos na Eucaristia é o Cristo que se entregou por amor pela nossa salvação.


Somos amigos de Jesus


Eu vos chamo amigos”, diz o Senhor. “A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro” (Platão). “A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz” (George Eliot). “A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar ao amigo de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades” (Millôr Fernandes). Para ser amigo do outro é preciso ser amigo de si mesmo, no sentido de que é preciso colocar em ordem o próprio coração e direcioná-lo para o bem. Um coração bom está sempre do lado do bem. Dizia Cícero que a amizade é “doadora da alegria de viver tanto para os nossos amigos como para nós mesmos”. Por isso, ter ou não ter amigo depende de ser ou não ser amigo de si mesmo. Quem é muito humano para si próprio, será muito humano para o outro. É o ponto de partida para uma amizade.


Eu vos chamo amigos”, diz o Senhor. Jesus chamou seus discípulos de amigos porque partilhou tudo com eles o que ouviu de seu Pai: experiências, conhecimentos e seu amor. Jesus abriu aos discípulos Seu coração. Isto significa que o discípulo, o cristão não é um simples subalterno. O cristão é um amigo pessoal de Jesus Cristo. O amigo não é um simples conhecido ou um sócio e sim alguém com quem se compartilha a intimidade, o mais profundo de nosso ser: “Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15b). O amigo sempre está disposto a fazer o que o amigo lhe pedir: “Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando” (Jo 15,14). O amigo demonstra a verdade de seu amor estando disposto a entregar a própria vida se for necessário: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). O verdadeiro amigo inclui a doação da vida pelo amigo. Para Jesus a noção de amizade é muito profunda. “Amigo é alguém que te conhece a fundo e, apesar disso, te ama” (Hublard). “A amizade é como todos os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa”, dizia Goethe.A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas” (Francis Bacon).


Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando, disse Jesus.  Será que você pode ser considerado como amigo de Jesus? Para ser amigo do outro é preciso ser amigo de si mesmo. Você é amigo de si mesmo?


P. Vitus Gustama,svd


SÃO FILIPE E SÃO TIAGO, APÓSTOLOS

3 de Maio
 

Texto de Leitura: Jo 14,6-14


Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: 6“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

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São Tiago, o Menor, chamado assim pela estatura e pela idade, é parente do Senhor segundo a carne (Mt 13,55). Foi o líder da primeira comunidade de Jerusalém (At 12,17). No Concílio de Jerusalém, o primeiro Concílio da Igreja, Tiago propôs que os gentios não fossem sobrecarregados da Lei judaica para serem cristãos (At 15,13-23). A sua proposta foi aceita. O próprio São Paulo o denominou, juntamente com Pedro (Cefas) e João, “colunas da Igreja (Gl 2,9). Judeus e cristãos se inclinavam diante de Tiago pelo amor que tinha à lei e pela sua grande austeridade. Conforme uma tradição (testemunhada por Hegesipo e recolhida por Eusébio) os judeus e os cristãos em Jerusalém chamavam Tiago com o apelativo de “o justo” porque levou uma vida sem mancha e austeridade. Tiago foi o primeiro apostolo a dar a vida pelo Reino de Deus. Foi martirizado no ano 62 d.C..


A ele é atribuída a Carta de São Tiago dirigida às doze Tribos de diáspora (fora de Palestina). Nesta Carta São Tiago exorta a todos a terem a paciência nas provas e nas tentações pela qual conduz qualquer um à perfeição, a terem o amor fraterno sem acepção de pessoas. Ele instrui todos sobre a doutrina da fé e das obras: “A fé sem obras é morta”, diz São Tiago. Ele exorta a todos para que evitem os pecados da língua; ensina a discernir a verdadeira sabedoria da falsa sabedoria (da verdadeira humildade da falsa humildade). Nesta Carta a Igreja encontrou o fundamento do Sacramento da Unção dos Enfermos (na Quinta-Feira Santa o bispo abençoa o óleo para a unção dos enfermos) onde São Tiago escreveu: “Se um de vocês está enfermo, chame o presbítero da Igreja para ungi-lo em nome do Senhor; a oração da fé o salvará...” (Tg 5,14-15). E São Tiago terminou sua Carta com estas palavras: “Meus irmãos, se alguém dentre vós se desviar da verdade e outro o reconduzir, saiba que aquele que reconduz o pecador desencaminhado salvará sua alma da morte e cobrirá uma multidão de pecados” (Tg 5,19).


Filipe era natural de Betsaida de Galiléia, a cidade de André e Pedro, seus amigos (cf. Jo 1,44). Segundo o evangelho de São João Jesus o chamou a ser seu discípulo com estas palavras: “Vem e segue-me”. Filipe respondeu esse convite com generosidade e admiração. Mas Filipe não ficou contente em ser discípulo de Jesus. Ele levou Natanael para se encontrar com Jesus. Ao se encontrar pessoalmente com Jesus, Natanael confessou sua fé em Jesus: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Filipe apareceu na multiplicação dos pães onde ele se mostrou pessimista em dar comida para uma grande multidão com pouco dinheiro que tinha, sem ter consciência de que ele estava com o Senhor dos milagres (Jo 6, 5-7). Diante dos seus olhos Filipe presenciou a multiplicação dos pães. Filipe apareceu também, em outra ocasião, como mediador daqueles prosélitos (recéns-convertidos) que se encontravam em Jerusalém com motivo da Páscoa e que queriam ver Jesus. Filipe e André se dirigiram ao Senhor para contar o desejo dos gregos em quererem ver o Senhor (Jo 12,20). A última intervenção de Filipe se encontra no evangelho deste dia (Jo 14,6-14). Para ele Jesus dirigiu estas palavras: “Quem me viu, viu o Pai”. Isto significa que conhecer Jesus, escutar suas palavras, viver seus mandamentos equivale a conhecer plenamente Deus, a contemplar seu rosto amoroso reflexo na bondade de Jesus Cristo, em sua misericórdia e amor para os pobres e simples.


Se formos generosos ao chamamento do Senhor que nos sussurra: “Vem e segue-me”, seremos também, como Tiago e Filipe, instrumentos e reflexos do Senhor neste mundo para levar mais pessoas ao encontro do Senhor. Muitos continuam esperando palavras de esperança de cada um de nós. Esperar é crer que algo novo e melhor é possível através de cada um de nós e torcer para que aconteça. O Senhor não quer saber de nossas fraquezas nem de nossos limites. Os outros estão ai. Depende de você que se aproxime ou não para torná-los seus irmãos.


Graças aos apóstolos chegou até nós a mensagem de Deus, a mensagem de salvação, a mensagem que nos garante que temos um futuro vitorioso com Deus. Por nossa vez, nós não devemos deixar morrer na nossa mão a semente da Palavra de Deus. Precisamos passar adiante todo bem que sabemos fazer e que devemos fazer.


P. Vitus Gustama,svd

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