segunda-feira, 22 de abril de 2013

SÃO MARCOS EVANGELISTA
25 de Abril
 
Texto de Leitura: Mc 16,15-20


Celebramos no dia 25 de Abril a festa do evangelista Marcos que escreveu um evangelho mais curto do que os demais evangelhos. Ele é conhecido como João Marcos: o primeiro nome (João) é hebraico e o segundo (Marcos) é romano. Ele era primo de Barnabé (Cl 4,10), de família levita (At 4,36). Acompanhou o Apóstolo Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5) e depois separou-se deles (At 13,13) e  isso parece ter irritado Paulo, então Marcos e Barnabé foram para Chipre (At 15,36-39). Mas na prisão de Paulo está com ele novamente (Cl 4,10), que o cita entre os “seus colaboradores” (Fm 14) e o Apóstolo pede sua ajuda antes de morrer (2Tm 4,11). Foi também companheiro de Pedro, que o chamava de “meu filho” (1Pd 5,13). Alguns afirmam que o Evangelho de Marcos é o resumo da Catequese de Pedro.


O evangelho de Marcos é o mais curto dos quatro evangelhos. Ele possui somente 16 capítulos (1,1-16,8). Mc 16,9-20 é um apêndice acrescentado posteriormente e há indícios de que esse apêndice surgiu a partir do ano 150.


Através de seu evangelho Marcos quer responder à pergunta: Quem é Jesus?  Logo no inicio de seu evangelho Marcos respondeu: Evangelho de Jesus, Messias e Filho de Deus. A partir destes dois títulos é que o evangelho de marcos é dividido em duas grandes partes. Primeira parte: Mc 1,1-8,30. Nessa primeira parte fala-se do messianismo de Jesus e do Reino de Deus. Segunda parte: Mc 8,31-16,8 fala da filiação divina de Jesus e da paixão e morte de Jesus.


Marcos nos apresenta que Jesus é o Messias, o Ungido, e por isso, sua palavra está cheia de autoridade. “Ele ensina como quem tem autoridade e não como os escribas”, dizia o povo (Mc 1,22). As palavras de Jesus estão cheias de autoridade porque elas fazem crescer as pessoas e despertam consciência crítica sobre a realidade. Se alguém quer saber quanta autoridade tem, não se pergunte a quantos ele submete e sim a quantos ele ajuda a crescer. O servilismo de seus súditos mostra o autoritarismo de seu líder. Um líder que ama, é respeitado. Mas um líder temido não é respeitado. A força de quem tem autoridade não está em seu poder e sim em seu amor. Uma pessoa que apela ao poder para afirmar ou firmar sua autoridade, ela desautoriza a si mesma como pessoa, muitas mais ainda como líder e mostra que ela não tem mais autoridade. Um leão não tem autoridade na selva, embora tenha força para se impor. (O evangelho de Marcos tem como símbolo LEÃO, pois Marcos apresenta a figura de João Batista como a VOZ que clama no deserto semelhante ao rugir de leão).


Jesus é também apresentado por Marcos como o Filho de Deus, título que Marcos colocou logo no inicio de seu evangelho (Mc 1,1) e no fim ao colocá-lo na boca de um centurião romano vendo Jesus crucificado na cruz. “Este homem era realmente o Filho de Deus” (Mc 15,39), confessou o centurião. Trata-se da confissão de um pagão que reconhece a divindade de Jesus Cristo. Um coração puro, como o do centurião, nos ajuda a termos um olhar puro para perceber algo divino na nossa vida e nos outros. Não há poema mais belo do que viver com um coração imaculado e um olhar puro.


Mas para Marcos o Filho de Deus não era uma figura triunfal, pois dentro da dura realidade da vida da sua época Jesus fez opções radicais que o envolviam em perseguições e conflitos com as autoridades que o levaram à morte na cruz. Mas somente por essas opções radicais é que Jesus entrou na glória de Deus. Por isso, a cruz de Jesus sempre derrama uma luz sobre o mistério do sofrimento. Um cristão que é fiel ao Senhor e aos Seus ensinamentos sofrerá conflitos e perseguições. Em cada provação e perseguição, pequena ou grande, o cristão fiel contempla o que Cristo sofreu nas mesmas circunstâncias.  Dessa maneira, o sofrimento do cristão se confunde com o de Cristo e ele n’Ele. Dentro deste contexto, o sofrimento se torna um instrumento de redenção e de santificação. Neste sentido, os momentos de perseguição e de provas são os momentos do trabalho fecundo. Sofrer por uma causa digna é uma vitória em Deus.


Esses dois títulos: Jesus é o Messias, o Ungido e Jesus é o Filho (amado) de Deus formam o evangelho de Marcos. É claro que ainda tem outros títulos dados a Jesus pelo evangelista Marcos como o Filho de Davi, o Filho do Homem, Mestre, Santo de Deus, Senhor do Sábado e assim por diante.


O evangelista Marcos fez chegar até nós Jesus Cristo, o Filho de Deus. Chegou nossa vez para que façamos chegar Jesus aos outros, seja pelo testemunho de uma vida de filhos de Deus, seja pelo anúncio, seja pelos bons conselhos aos demais. Em outras palavras, sejamos evangelhos vivos para os outros. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”.  Mas para que possamos ser missionários (enviados) temos que estar em companhia de Jesus, primeiramente (cf. Mc 3,14). Não podemos ser missionários sem ser primeiro discípulos do Senhor. Se não, vamos pregar a nós mesmo e não o próprio Jesus. “Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor... Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio” (Papa Francisco). São Marcos interceda por nós para que sejamos evangelizadores diariamente!

 
P. Vitus Gustama,svd

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