sábado, 28 de março de 2015

VIGÍLIA PASCAL "B"
 
PÁSCOA: ELE RESSUSCITOU

Texto: Mc 16,1-7


1 Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2 E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo. 3 E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?” 4 Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra tinha sido retirada. 5 Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco. 6 Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7 Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”.
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Os exegetas discutem bastante sobre Mc 16,1-8. Eles perguntam se o evangelho de Mc termina com Mc 16,8 ou se há outro final perdido no qual Mc falaria mais da ressurreição longamente do que neste que nos é conhecido. A maior parte dos exegetas julga que o evangelista terminou o seu Evangelho no v.8; ou seja, que Mc deu uma brevíssima instrução sobre a ressurreição.
    

Tudo isto cabe aos especialistas. Para nós, o mais importante é descobrir, dentro deste relato brevíssimo sobre a ressurreição de Jesus, mensagens para nós cristãos hoje. O que é que este texto fala para mim. Será que Deus tem uma palavra para mim através deste relato? O que é que a na ressurreição implica para mim ou para minha vida diária? O que significa celebrar a ressurreição do Senhor para mim? Mudou alguma coisa em mim durante os quarenta dias de preparação para a Páscoa? Estas perguntas e outras são importantes para nós, especialmente para nós, pregadores, pois temos sempre tentação de tentar descobrir mensagens para o povo ou rebanho e não para o próprio pregador(nós) em primeiro lugar.
     

O relato sobre a ressurreição de Jesus neste texto, como foi dito, é bem breve, mas está cheio de riqueza de traços inesperados e densidade teológica. Tentemos descobrir o sentido do relato passo a passo.

 

1. Jesus é o princípio da nova e definitiva criação
   

As mulheres vão ao túmulono primeiro dia da semana, ao nascer do sol”(v.2). “O primeiro dia da semana”, isto é, no terceiro dia depois de sua morte, o tempo que o próprio Jesus anunciou (cf. Mc 8,31;9,31;10,34) alude ao primeiro dia da criação (cf. Gn 1,5). Mc sublinha assim o começo da nova criação. Para enfatizar mais este sentido, Mc fala também sobre “ao nascer do sol”. “Ao nascer do solnão indica apenas uma nova situação em contraste com as três horas de total escuridão que precederam a morte de Jesus (cf. Mc 15,33), mas simbolicamente indica que também Jesus ressuscitou (Mc 16,2). Isto quer dizer que a ressurreição de Jesus é o princípio da nova e definitiva criação. Ele é o princípio do qual fluem em nossa vida toda, a força de Deus que restaura em nós a semelhança divina. A partir de Jesus ressuscitado tudo ganha seu justo valor. Nada fica sem sentido visto a partir da ressurreição de Jesus. Jesus como o princípio da nova e definitiva criação serve como o ponto de partida para tudo. Sem este ponto de partida que é o princípio, o ser humano perderá seu rumo. Tudo tem que começar nele para terminar nele, pois Jesus é aquele que se define “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim”(Ap 21,6). Com ele tudo se renova: “Eis que faço novas todas as coisas”(Ap 21,5). Por isso, deixemos a luz nova do Cristo ressuscitado iluminar o nosso coração, o nosso ser inteiro para que sejamos novas criaturas e estejamos cheios de toda a plenitude de Deus(cf. Ef 3,18-19).


 2. As surpresas das mulheres e seu emudecimento diante da ressurreição
   

As mulheres que vão ao túmulo de Jesus para ungir o corpo de Jesus (v.1) são realmente mulheres repletas de amor e devoção a Jesus. Elas vão ao túmulo para reverenciar o corpo de Jesus. Elas pensam apenas na morte de Jesus e não na sua ressurreição que ele anunciou antes de sua morte. As mulheres ficam aquém do verdadeiro sentido da cruz de Jesus. Por isso, no caminho rumo ao túmulo elas dizem entre si: “Quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?”(v.3). Foi fácil fechar o túmulo, porque é fácil pensar que a morte vence a vida. Mas para as mulheres é impossível abri-lo e admitir que a vida vença a morte. Elas se fixam e param na hora da morte de Jesus.
     

Mas o túmulo vazio e a presença do anjo e o anúncio deste que Jesus, o Crucificado, ressuscitou,(v.6) as apanham de surpresa. “...elas viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca...”(v.5). “As roupas brancas” são o sinal do mundo divino, sinal do esplendor da glória divina(cf. Mc 9,3: a transfiguração). E “sentado à direita”(cf. Sl 110,1) é uma posição do poder e a autoridade divinos (cf. Mc 12,36;14,62), posição de dignidade, e uma posição de uma pessoa justa (ser justo biblicamente significa aquele que vive de acordo com a lei divina). No julgamento final, os justos serão chamados a se sentarem à direita do Filho do Homem (cf. Mt 25,31-46). E o próprio Jesus na sua Paixão disse: “E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poderoso e vindo com as nuvens do céu”(Mc 14,62). Todos estes símbolos descrevem a condição divina de Jesus e enfatizam que Jesus é o Vencedor da morte.
   

Tudo isto quer nos dizer, em primeiro lugar, que a prova da ressurreição não é túmulo vazio; a ressurreição não é fruto de uma descoberta ou elaboração humana, mas é revelação divina. E Deus somente pode revelar a quem é disponível a sua ação salvífica e escatológica manifestada em Jesus Cristo. Quem estiver aberto para a vontade de Deus, a ele será revelado muitas coisas. A ressurreição é a ação poderosa de Deus, que se revela vencedor da morte e salvador na pessoa histórica e concreta de Jesus. Ao ressuscitar Jesus da morte, Deus quer dizer à humanidade que Jesus tinha razão, que Jesus fazia tudo que Deus quis: fazer o bem para todos os homens (cf. At 10,38).


Em segundo lugar, ao dizer que Jesus “ressuscitou. Não está aqui”, o texto quer nos dizer que Jesus não é uma memória e sim uma presença. Jesus não é um personagem para ser discutido e sim para ser encontrado. A vida cristã não é uma vida para saber sobre Jesus e sim para conhecer Jesus. E para conhecê-lo o cristão tem que fazer o encontro com Ele. Podemos até saber sobre Jesus, mas este saber tem que terminar no encontro com Ele para que nos tornemos pessoas renovadas no Espírito de Deus. Jesus é o vivente, é uma presença. Por isso, é inútil buscá-lo num túmulo. O encontro com o ressuscitado não se realiza entre os túmulos, no passado, e sim no presente. Com isso, a ressurreição abre o novo futuro para quem acredita no Jesus Ressuscitado.


Em terceiro lugar, temos que estar conscientes de que para onde formos, Jesus vai nos preceder: “Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que Ele irá à vossa frente, na Galileia”. Galileia é o lugar onde Jesus começou sua missão. Os discípulos tem que fazer encontro com Jesus no lugar da missão. Se fizermos tudo que Jesus ensinou, tenhamos certeza de que Ele vai abrir o caminho para s. Nãodificuldade que não seja superada quando Jesus estiver na nossa frente. Onde for feita a evangelização, Jesus é encontrado . Jesus se encontra no lugar das pessoas que ajudamos na sua necessidade.
  

Os leitores deste relato esperam a reação de alegria dessas mulheres ao receberem a notícia da ressurreição de Jesus Cristo. Mas em vez disto, elas emudecem. Elas ficam como que paralisadas e em seguida fala do seu temor, do seu estupor, do seu medo e do seu emudecimento: “Nada contaram a ninguém” (Mc 16,8b). Com isso, o evangelista quer nos dizer que o Evangelho continua aberto para o futuro. Somos convidados para este novo futuro onde encontraremos Jesus ressuscitado e encontraremos também o sentido de nossa vida. Para isso, temos que levar adiante o projeto de Jesus ressuscitado. Além disto, este Evangelho é um convite a abrir os olhos para ver o Senhor na nossa experiência diária.


3. A missão confiada às mulheres sobre o novo encontro com Jesus
   

Apesar do seu emudecimento, essas mulheres são testemunhas privilegiadas dessa revelação divina e são chamadas e enviadas para anunciar aos discípulos e a Pedro sobre a ressurreição de Jesus  e sobre o novo encontro com ele na Galiléia: “Não tenhais medo. Vós estais procurando Jesus de Nazaré, o crucificado: ressuscitou, não está aqui... Mas ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia: lá o vereis como vos disse”(v.7).
  

 “Ele não está aqui. Ele ressuscitou! E ele os precedeu na Galiléia”. O lugar do encontro não é num passado, mas num futuro novo. O lugar do encontro não é na contemplação de um morto, mas no seguimento de quem está vivo. Jesus ressuscitado deve ser seguido, vivendo o seu projeto. Jesus não é uma figura num livro, mas uma presença viva e vivificante. Não é suficiente estudar a história de Jesus como qualquer grande figura histórica. Nós podemos começar desta maneira, mas devemos terminá-la com o encontro com ele, pois Jesus não é uma memória, mas uma presença. Ele continua vivo entre nós. Se realmente acreditarmos nesta Presença, encontraremos sempre forças mais que suficientes para encarar qualquer tipo de dificuldade, pois o próprio Jesus venceu a morte.
 

“Ele não está aqui. Ele ressuscitou!”, é a mensagem para todos que queiram mudar de vida para a melhor. Jesus faz uma páscoa, uma passagem da morte para a vida, para Deus. Precisamos fazer essa passagem. “Se não passamos para Deus que permanece”, dizia Santo Agostinho, “passaremos com o mundo que passa. Páscoa é passar para aquilo que não passa. Quão melhor é passar do ‘mundo’, antes que passe ‘junto com o mundo’; passar para o Pai, antes que passe para o inimigo”. Cada vez que acolhemos a inspiração da Palavra de Deus, estamos fazendo uma passagem para Deus. Cada vez que dizemos “não” a uma vontade da carne, estamos fazendo uma passagem para Deus. Não há momento ou ação da vida de um cristão que não possa se transformar em uma passagem, em uma páscoa. A páscoa deve acontecer em todos os momentos da vida de um cristão. Além disto, todo cristão vivo deve ser uma manifestação extraordinária da ressurreição do Senhor.
     

O evangelista Mc certamente quer transmitir, através deste relato, uma mensagem para todos os leitores e cristãos em particular que a ressurreição de Jesus manifesta uma dupla fidelidade: a fidelidade do Pai que não abandona Jesus, mas o ressuscitou, sinal da aprovação; e a fidelidade do Filho que não abandona os discípulos, que fugiram na Paixão, mas os procura e quer reencontrá-los. A primeira preocupação de Jesus Ressuscitado é a de reencontrar os seus discípulos, para retomar, novamente juntos, o seu caminho. A esperança de cada cristão repousa inteiramente nesta dupla fidelidade.


4. Jesus nos precede para onde formos
  

“Ele vós precederá na Galiléia”. Este anúncio é cheio de significado. Os exegetas discutem sobre o significado da Galiléia. A Galiléia para o evangelho de Mc é importante onde se desenvolve a maior parte. Foi na Galiléia que Jesus começou a proclamar a Boa Nova, anunciando a chegada do Reino de Deus(Mc 1,14-15). Foi neste lugar  que Jesus chamou seus primeiros discípulos para ser “pescadores de homens”(Mc 1,16-20). Foi na Galiléia inteira que Jesus pregou o Evangelho, curando e expulsando os espíritos maus(Mc 3,13-19;6,7-13). Foi na Galiléia que Jesus começou a revelar aos discípulos “o mistério” do Reino de Deus(Mc 4,11). Foi da Galiléia que a Boa Nova se espalhou para todas as regiões ao redor(Mc 3,7-12). Na e da Galiléia os discípulos podem continuar sua missão de pregar o Evangelho e curar todos os povos no mundo inteiro(Mc 13,10;14,9). E foi na Galiléia que Jesus ressuscitado precedeu os discípulos(Mc 16,7). A Galiléia é, por isso, o lugar onde com os mesmos gestos, com a sua bondade e disponibilidade, os discípulos reconhecerão a presença viva daquele Senhor que conheceram. A Galiléia é o lugar em que o Senhor Ressuscitado se lhes manifestará visivelmente e onde Jesus começará a reconstrução da comunidade, aquela reconstrução que era anunciada na Paixão em que Jesus disse: “Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão. Mas depois que eu ressurgir, eu vos precederei na Galiléia”(Mc 14,27-28). E Jesus é fiel às suas promessas. A Galiléia é o lugar onde a comunidade dos Doze será reconstruída. Todo o Evangelho de Mc deve ser meditado na aceitação de que Jesus vive e fala hoje aos seus e os chama, como ele os chamou junto ao lago(Mc 1,14-20), ou junto ao monte(Mc 3,13-19) e continua a estar na Igreja, em cada cristão.
 

“Ele vos precederá na Galiléia”. A palavra “preceder” é usada também em Mc 10,32 quando Jesus está a caminho rumo a Jerusalém. Jesus precedeu os discípulos na Morte e na Nova Vida que o Pai lhe deu. Ele precederá os discípulos na Galiléia. “Jesus vos precederá” é uma promessa para todos nós. Para onde formos, como verdadeiros cristãos, devemos estar conscientes de que Jesus sempre nos precede. Ele sempre chega primeiro que nós. E ele nos guia para onde ele se encontra. Que saibamos reconhecer essa precedência e esta presença. Quando temos esta consciência, nenhuma dificuldade vai nos bloquear, pois Jesus nos precede e com isto, abre o caminho para nós. Mas com uma condição: que sejamos fiéis à Sua Palavra, pois a Sua Palavra nos orienta sobre o que devemos fazer.


5. Algumas das implicações da fé na ressurreição


a). A Páscoa cristã é a festa das festas, e o cristão é aquele que afirma: o Senhor ressuscitou verdadeiramente. O cristianismo nasce e progride desta proclamação fundamental: Jesus Cristo que foi crucificado, ressuscitou verdadeiramente. Da ressurreição de Cristo deriva todo o resto da mensagem cristã. Sem a vitória de Cristo sobre a morte, toda a pregação seria inútil e a nossa fé seria vazia de conteúdo(cf. 1Cor 15,14-17). A ressurreição do Senhor é uma realidade central da fé cristã. A importância deste milagre é tão grande que os Apóstolos são, antes de mais nada, testemunhas da ressurreição de Jesus(cf. At 1,22;2,32;3,15). O núcleo de toda a pregação é este: Cristo vive e vive no meio de nós(cf. Jo 1,14;Mt 28,20). A páscoa da ressurreição é a grande festa cristã. Este mistério é tão importante e central é que o celebramos ao longo de todos os domingos e festas do ano litúrgico e inclusivamente na Eucaristia diária. Certamente cada eucaristia que se celebra, celebra-se e proclama-se ao mesmo tempo a ressurreição do Senhor e a nossa também. A eucaristia dominical é a páscoa semanal. A eucaristia diária é a páscoa diária.
     

Sem dúvida nenhuma, a Páscoa é, por isso, o próprio conteúdo da fé cristã, é o coração da vida da Igreja porque ela nos revela quem é Deus, quem é Jesus Cristo e quem somos nós. A ressurreição nos mostra que o Deus revelado por Cristo é Aquele que ama e quer a vida. A Páscoa nos revela que Jesus, morto e ressuscitado, é Aquele que converge toda a história da humanidade. E ao mesmo tempo revela que a fidelidade é o caminho certo para chegar à Páscoa eterna com Deus. A Páscoa também nos revela que somos chamados a ressuscitar com Jesus, a superar com ele o drama da morte para podermos permanecer com ele na vida que não tem fim.   
      

b). Pela ressurreição do Senhor sabemos que Deus ama a vida. A Páscoa é a gloriosa manifestação de um Deus que ama a vida, que quer a vida e não a morte, de um Deus que, além disso, faz com que da morte surja a vida.
   

Crer na ressurreição implica, por isso, defender a vida, especialmente a dos mais indefesos; implica respeitar a vida alheia como a própria; implica lutar pelo que é certo e justo, pois estes predicados como outros semelhantes é que garantem a vida sem fim; implica estender a mão para levantar quem se encontra sob o peso dos problemas desta vida. Procurar o Senhor ressuscitado implica comprometer-se com aqueles que vêem o seu direito à vida permanentemente violentado e violado. Acreditar na ressurreição significa afirmar a vida contra a morte.
   

c). A ressurreição é o grito festivo da . Com a ressurreição, o grito de Jesus na Sexta-Feira SantaDeus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mc 15,34), grito que sintetiza todas as situações de aflição da humanidade se transforma, na noite de Sábado Santo, em grito festivo de e de esperança: Cristo ressuscitou. É um grito de porque anuncia algo que aconteceu em Cristo e permanece para sempre. É o grito de esperança porque a partir de Jesus Cristo ressuscitado a vida humana tem um futuro e que ninguém pode tirá-lo de nós, e que seremos ressuscitados também. A certeza deste grito de alegria e de esperança nos proclama que a bondade soterra a maldade, que a morte tem o seu contrapeso de vida, que toda crise pode ser suplantada, que com Cristo toda tristeza conhecerá a alegria.
     

Infelizmente temos que confessar que a nossa existência humana é muitas vezes dominada por uma tendência de diminuir as esperanças, reduzindo-as cada dia mais por causa das ilusões, e a nossa tristeza nos leva, com freqüência, a recusarmos palavras de conforto, porque nós não temos idéia exata da libertação que nos foi concedida por Jesus ressuscitado. Precisamos estar conscientes de que a Páscoa é uma recriação, é uma nova criação da humanidade, pois Jesus, pela sua ressurreição, inaugurou um mundo novo no meio de nós.
   

d). A ressurreição de Cristo é uma resposta às esperanças de um destino humano aberto para o futuro novo. Quando este futuro novo for negado, a pessoa se fecha a si mesma, fica insatisfeita e chega às margens do desespero. A ressurreição nos leva a certeza de que a vida jamais acabará e de que o triunfo da vida não é mais ameaçado pela morte. O Ressuscitado está conosco, e continua vivo dentro da história e junto com ele nós estamos em condições de vencer o mal com o bem, de tirar do mal o maior dos bens. Esta é força e a novidade da Páscoa. Quem crê na ressurreição não é permitido viver triste. Somos destinados e chamados a viver plenamente com Deus, alegres na esperança com os irmãos da mesma peregrinação.
    

e). Da ressurreição de Jesus nasce, antes de mais nada, uma esperança. Cristo é nossa esperança (1Tm 1,1). Nessa esperança nós, cristãos, aprendemos a acreditar em Deus e a desentranhar o sentido último do homem. Mas a esperança de que se trata não é virtude de um instante ou reação de um momento. É uma atitude permanente, um estilo de vida. É a forma de enfrentar a vida própria do cristão. Se perder essa esperança, perde tudo. Deixa de ser cristão. Aquele que vive animado pela esperança cristã põe seu olhar no futuro. Ele não fica apenas com o presente, nem vive preso ao passado, mas olha sempre para frente. A esperança sempre gera uma perspectiva de futuro. E esta esperançaorigem a uma nova maneira de se posicionar na vida apesar das dificuldades, como diz São Paulo: Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados (2Cor 4,8-9). A esperança vive da confiança em Deus, como o profeta Isaías diz: É ele (Deus) queforças ao cansado, que prodigaliza vigor ao enfraquecido. Mesmo os jovens se cansam e se fatigam; até os moços vivem a tropeçar, mas os que põem a sua esperança em Yahweh(Deus) renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminhar e não se cansam”(Is 40,29-31). Que cada um de nós seja um pequeno sinal, uma pequena prova desse Deus da esperança! FELIZ PÁSCOA PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA!

P. Vitus Gustama,svd

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