segunda-feira, 25 de maio de 2015

28/05/2015
DEUS CONTINUA PASSANDO NA NOSSA VIDA PARA NOS SALVAR DE NOSSA SITUAÇAO


Quinta-Feira Da VIII Semana Comum


Evangelho: Mc 10,46-52

Naquele tempo, 46 Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. 47 Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. 48 Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49 Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” 50 O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51 Então Jesus lhe perguntou: “Que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” 52 Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.
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O evangelho deste dia nos relatou que o cego, chamado Bartimeu estava sentado à beira do caminho e pedia a esmola. O estar sentado significa acomodação, instalação, conformismo. Ele está privado da luz e da liberdade. E o pedir esmola indica a situação de escravidão e de dependência em que o homem se encontra.


Bartimeu percebe o sem sentido da sua situação e sente a vontade de sair dela. A sua percepção de Sua vida sem-sentido se torna mais aguda ainda pela passagem de Jesus de Nazaré. Diante de sua vida sem sentido, Bartimeu grita para pedir socorro de Quem é capaz de solucionar seu problema: Jesus.


Primeiramente Bartimeu chama Jesus pelo nome: Jesus. A palavra “Jesus” significa “Deus salva”. O livro dos Atos dos Apóstolos nos recorda que o nome de Jesus é o único “em baixo do céu pelo qual podemos ser salvos” (At 4,12. “E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2,21; Rm 10,13). A história de Bartimeu confirma a verdade destas palavras. Não é por acaso que o nome de Jesus é repetido seis vezes no relato. Invocando o nome de Jesus nós seremos também curados de nossas cegueiras, de nossa carência, de nossa imobilização, de nosso isolamento, e de nossa vida sem sentido.


Em segundo lugar, Bartimeu chama Jesus pelo título: “Filho de Davi”. É um título messiânico que somente aparece neste relato em todo o evangelho de Macos. Bartimeu vê em Jesus esse Messias libertador que, segundo a mentalidade judaica, havia de vir, no fim dos tempos, não só para salvar Israel dos opressores, mas também para dar vida em plenitude a cada membro do Povo de Deus.
    

Diante do grito do cego Jesus pára e manda chamar o cego: "Chamai-o!". Em resposta, o cego jogou fora o manto e foi ao encontro de Jesus. O manto é tudo o que um mendigo possui, a única coisa de que ele pode abandonar (outros deixaram o barco, as redes ou a banca onde recolhiam impostos). O ato de jogar fora o manto significa, portanto, deixar tudo o que se possui para ir ao encontro de Jesus. É um corte radical com o passado, com a vida velha, com a anterior situação, com tudo aquilo em que se apostou anteriormente, a fim de começar uma vida nova ao lado de Jesus que salva.


Marcos termina a sua história dizendo que o cego recuperou a vista e seguiu Jesus – isto é, fez-se discípulo de Jesus. Ao seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida, Bartimeu encontrou a salvação: deixou a vida da escuridão, da escravidão, da dependência em que estava e nasceu para essa vida verdadeira e eterna que, através de Jesus, Deus oferece aos homens.
 

Diante de Jesus e com Jesus não há situação por difícil que seja que não haja solução. É preciso, no entanto, que não nos fechemos no nosso egoísmo e na nossa auto-suficiência, surdos e cegos aos apelos de Deus; é preciso que fiquemos atentos diante de Deus que está passando para salvar nossa situação; é preciso que gritemos (orar) sem cessar para que Deus nos chame e nos cure de nossa escuridão; é preciso que não tenhamos medo diante das dificuldade que os outros colocam na nossa caminhada para que possamos ter o encontro com Deus que vem nos salvar de nossa situação; é preciso que as nossas preocupações com os valores efêmeros não nos distraiam do essencial; é preciso que aprendamos a reconhecer os desafios de Deus nesses acontecimentos banais com que, tantas vezes, Deus nos interpela e questiona.


Não tenha medo de abandonar “seu manto”, como Bartimeu, para se vestir de uma vida mais plena e feliz, seguindo os passos de Jesus. Fisicamente Bartimeu era cego, mas seu coração enxergava Deus que passava na sua vida. A pior cegueira acontece quando nosso coração não sente nem percebe Deus que passa na nossa vida, Deus que passa no meio da multidão, Deus que passa na vida dos outros, nos acontecimentos cotidianos. Apesar de sua cegueira, a fé de Bartimeu era firme. Vamos nos esforçar sempre e rezemos sem cessar para que tenhamos a fé tão preciosa de Bartimeu. Somente com a fé profunda é que somos capazes de enxergar além dos olhos físicos para captar Deus que passa na nossa vida e neste mundo em que habitamos.


“Jesus, Mestre, que eu veja!” deve ser também nossa oraçao diária para que enxerguemos o sentido de nossa vida e de todos os acontecimentos durante a nossa vida neste mundo e para que tenhamos coragem de abandonar “nossos mantos” que nos fazem cegos diante de Deus que passa.

    
P. Vitus Gustama, SVD

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