terça-feira, 13 de dezembro de 2016

16/12/2016
 

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A COMUNHÃO COM DEUS PRODUZ BONS FRUTOS NA CONVIVÊNCIA COM OS OUTROS

Sexta-Feira Da III Semana Do Advento

 
Evangelho: Jo 5, 33-36

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus: 33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. 35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. 36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou”.

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Estamos no contexto de uma controvérsia de Jesus contra os chefes judeus que o acusam de ter violado o Sábado, curando o paralítico (cf. Jo 5,16-18). Na verdade, o fundo do debate entre Jesus e os chefes é o da contra a incredulidade.

Um dos problemas que o evangelho de João enfrenta é o da autoridade de Jesus questionada pelos seus adversários, porque Jesus não faz parte do grupo dos escribas, nem é da descendência sacerdotal, mas vem de um lugar desconhecido, Nazaré (cf. Jo 1,46). Mas o fundamento de sua autoridade está na sua comunhão plena com o Pai. O fruto desta profunda comunhão com o Pai é a sua preocupação em fazer o bem para os homens em qualquer circunstância e tempo (cf. At 10,38). As suas palavras cheias de autoridade e as obras pelo bem de todos falam por si de que Jesus está em plena comunhão com o Pai. Quem pratica o bem normalmente fala menos de si, pois as obras falam por ele. Quem pratica o bem é porque ele está em sintonia com o Bem maior, que é Deus, mesmo que ele não tenha consciência disso.

Quando nosso coração estiver duro, como o dos fariseus e escribas, nós ficaremos cegos diante das obras boas de quem consideramos adversário. Nunca podemos praticar a injustiça até contra aqueles que odiamos. Temos que nos concentrar no bem que praticamos e nos bem que os outros praticam, pois o bem não tem fronteiras. Ninguém tem poder de encurtar a mão de quem quer fazer o bem. A dureza de coração dos adversários de Jesus os leva a um ódio sempre crescente contra Jesus, pois eles se preocupam apenas com a própria gloria e o próprio interesse e ao mesmo tempo, eles têm medo de perder o poder e o prestígio. E esse ódio terminará no assassinato de Jesus.

Jesus quer nos ensinar a abrirmos nossos olhos e o nosso coração diante do bem que os outros podem fazer. Somos convidados a reconhecer o bem praticado por quem quer que seja. Todos os cristãos devem fazer parte de um grupo: o grupo do bem. No seio da Igreja de Cristo não pode nem deve existir outro tipo de grupo. Ou você é de Cristo por se preocupar somente com o bem de todos que deve ser praticado ou você não é de Cristo se você não se preocupa com o bem praticado. O bem não tem fronteiras. Deus pode usar qualquer ser humano para praticar o bem. Por isso, não podemos encurtar a mão de Deus. Quem pratica o bem é de Deus independentemente de quem quer que ele seja. Quem não pratica o bem não tem nada a ver com Deus, mesmo que alguém se considere cristão ou membro de uma religião ou crença. Falar de é uma coisa. Falar da experiência de é outra coisa. Falar de amor é uma coisa. Falar amorosamente é outra coisa. Não basta não cometer algum crime ou algum mal, é preciso praticar o bem. Praticando o bem você afasta o mal e a felicidade é atraída. O bem praticado é o sinal de abertura diante do Bem Absoluto: Deus.

O homem de Deus, o homem que teme ao Senhor, não sabe desejar outra coisa a não ser a salvação vinda de Deus em Jesus Cristo. “Ele é a salvação, a verdade, o poder e a sabedoria. Quem se consome por unir-se à verdadeira força, perde o que é seu, mas adquire o que é eterno” (Santo Ambrosio, Comentário ao Salmo 118, XI, 5-6).

Quem procura a própria gloria e o próprio interesse será difícil saborear a convivência fraterna, pois haverá somente disputa e o jogo interesseiro. O homem se rebaixará, se ele der tanta importância às coisas mais do que às pessoas.  Quem não procurar a glória de Deus, mas, somente os próprios interesses e a própria glória, vai alimentar a própria vida com o ódio cada vez mais crescente contra os outros irmãos que não realizarem esses interesses. “Ali onde se destrói a comunhão com Deus, destrói-se também a raiz e o manancial da comunhão entre nós” (Bento XVI). Para pertencer à comunidade de Jesus se requer a livre adesão de cada membro a sua pessoa, às suas exigências. Os ritos, cerimônias podem ser convenientes, úteis, mas nunca indispensáveis.

 João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz”(Jo 5,35).  Com esta afirmação, Jesus nos convida a refletirmos sobre nossa maneira de viver se, realmente, a exemplo de João Batista, somos lâmpadas que iluminam os outros, se somos um ponto de referencia crível pelo qual os outros podem ser orientados para descobrir Jesus, Luz do mundo (cf. Jo 8,12) e Cordeiro que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29. 36). João Batista é um admirável modelo para todos nós. Recebemos também o encargo de ser testemunhas de Cristo em meio do mundo com nossas palavras e obras.

P. Vitus Gustama,svd

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