domingo, 5 de fevereiro de 2017

09/02/2017

Resultado de imagem para “Não é bom que o homem esteja sóResultado de imagem para Mc 7,24-30

É PRECISO TER E MANTER A FÉ


Quinta-Feira Da V Semana Do Tempo Comum


Primeira Leitura: Gn 2,18-25


18 O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. 19 Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. 20 E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens, mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. 21 Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. 22 Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. 23 E Adão exclamou: “Dessa vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. 24 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. 25 Ora, ambos estavam nus, Adão e sua mulher, e não se envergonhavam.


Evangelho: Mc 7,24-30


Naquele tempo, 24Jesus saiu e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido.25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”.28A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”.29Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio saiu de tua filha”. 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio havia saído dela.
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Matrimônio Na origem Da Criação


Continuamos a acompanhar o relato sobre a criação do universo e da humanidade. Desta vez fala-se da união do homem e da mulher chamada matrimônio.


Os fundamentos do Sacramento do Matrimônio se encontram desde as primeiras páginas da Bíblia, onde o homem é feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26). E o homem é o ponto alto de toda a criação.


Mas naquela obra maravilhosa não era tudo perfeito, pois o rei da criação (Adão) estava . Todos os animais tinham seus parceiros (as). O homem não tinha ninguém com quem dialogar nem sobre quem reclinar sua cabeça. Adão necessitava de uns olhos em quem olhar-se e de alguém com quem partilhar seus sonhos e seus anseios, suas esperanças.


Neste ponto, observa o Senhor, que não é bom que o homem esteja ; deve superar sua solidão originaria.


Não é bom que o homem esteja ; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (cf. Gn 2,18-25).


Então criou Deus a mulher sobre a base da mesma humanidade: da costela de Adão (cf. Gn 1,26-27). Por isso, a mulher é para o homem, e o homem é para a mulher: carne da minha carne, osso dos meus ossos, vida da minha vida, anseio dos meus anseios e sonho dos meus sonhos:


Eis agora aqui o osso dos meus ossos e a carne de minha carne; ele se chama mulher porque foi tomada do homem”, disse Adão a si mesmo diante da mulher (Eva) (Gn 2,23).


Aquela criatura (mulher) era capaz de preencher a solidão e o vazio do homem; era, na verdade, a companheira adequada para o homem. A união entre os dois é tão íntima que de duas carnes se faz uma carne e de duas vidas se faz uma vida (Mt 19,5-6; Mc 10,6-9). Por isso, tratar de separá-los seria como cortar um corpo vivo em dois pedaços.


Deste modo, o homem e a mulher têm a mesma dignidade enquanto imagem de Deus (Gn 1,27) e juntos devem realizar sua vocação através da união (matrimônio) e da procriação ou simplesmente através da vocação paterno-materna.


De outro modo podemos dizer que o matrimônio é uma realidade desde mundo porque assim Deus o quis, e que o homem e a mulher são o centro da criação porque Deus assim dispôs desde o princípio. Trata-se de uma realidade que desfruta da bondade, da dignidade e da autonomia das coisas criadas em máximo grau. Simplesmente o matrimônio é a parte mais excelente da criação querida e realizada por Deus. Isso é o que querem nos dizer em linguagem sugestiva e adaptada à cultura do tempo os relatos da criação no Livro de Gênesis:


1.  Gn 2,18.21-25 é o primeiro relato, o mais antigo, datado do século X antes de Cristo, aproximadamente.


2.  Gn 1,26-31 é o segundo relato, menos antigo, datado em torno do século V antes de Cristo.


Do estudo desses dois textos são deduzidos alguns pontos importantes:


1. Homem e mulher os criou:


Segundo os textos, o matrimônio tem valor humano porque assim quis Deus. Em Deus o matrimônio tem sua origem e seu centro de sentido. Deus é seu autor e seu criador. O matrimônio é o resultado do amor criador e da vontade soberanamente livre de Deus. O grande rito de consagração-bênção do matrimônio é o próprio ato criador de Deus. E esse ato de criação não é individualista ou solitário: é uma criação “a dois”, como “varão e mulher” para formar “uma só carne”. O homem total (pessoa total) não existe como varão sozinho ou mulher sozinha, mas como varão-mulher, como masculino-feminino.


2. A Sexualidade humana é obra de Deus


A diferença sexual, a atração e a mútua doação radicam nesse ser criados “a dois”, ordenados um ao outro, que abarca a totalidade da pessoa. A bissexualidade (dois tipos de sexo) é a manifestação mais clara de que Deus criou o homem como ordenado à mulher e vice-versa.


3. Criados em igualdade para o encontro (da costela)


Os textos do Gênesis insistem na recíproca criação, na complementaridade e na igualdade entre o homem e a mulher. O varão necessita de uma ajuda adequada, uma parte com quem se comunicar em nível de reciprocidade e igualdade. Nenhum animal pode ser essa ajuda. Somente a mulher torna possível o encontro, somente ela é o interlocutor válido, o “tu” no qual o homem se descobre e se reconhece a si mesma na igualdade. A imagem da “costela” é o recurso literário para indicar que o varão e a mulher coexistem no mesmo nível de pessoa humana, têm a mesma origem, a mesma dignidade e a mesma igualdade. Por isso, o homem exclama: “Esta sim é osso dos meus ossos e carne de minha carne”.


3. Colaboradores de Deus na obra da criação


A fecundidade do encontro entre o homem e a mulher não é a única finalidade da diferença sexual, mas sim o resultado mais importante do encontro matrimonial no amor. A fecundidade é o dom matrimonial mais excelente de Deus, é a colaboração mais excelente do homem na obra da criação. Mas a fecundidade deve ser entendida no marco do chamado à colaboração criadora total, à criatividade em todas as dimensões da vida. Deus chama a procriar pessoas capazes de criatividade, criadores e não escravos ou abandonados ou indefesos... Por isso se acrescenta: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). Deus continua criando...




4. À imagem de Deus os criou


O homem em tudo o que possui enquanto ser e ser-a-dois é e está chamado a ser “imagem de Deus”. Enquanto homem e mulher representam o amor, a comunhão, a diferença enriquecedora, a relação, a ternura, a fidelidade e a força criadora de Deus, eles continuarão a ser a “imagem de Deus”. Como “imagem de Deus” o homem é chamado a gerar outras “imagens” de Deus através dos filhos. Por isso, não se pode negar que, a partir de sua raiz, Deus é a referencia do matrimônio, sua profunda dimensão religiosa e transcendente.


Portanto, a criação do ser humano na condição de homem e de mulher, de dois modos de existir inseparáveis, no qual um é a plenitude do outro, ordenados a uma unidade definitiva faz parte do plano original de Deus e de um verdadeiro e próprio itinerário da salvação. Seu ponto alto se alcança, no NT, na aliança matrimonial de Cristo com a Igreja, quando “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela; assim, ele a purificou com o banho de água e a santificou pela Palavra, para apresentar a si mesmo uma Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e imaculada” (Ef 5,25-27).


Assim, no plano criador de Deus estava prevista a unidade dos cônjuges: nem poligamia (união conjugal de um homem com várias mulheres), nem poliandria (uma mulher, casada simultaneamente com vários homens), nem divórcio: “Não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6b). Somente a morte poderá separar o que foi unido pelo amor (cf. Mt 19,6; Mc 10,9).


O Livro de Cântico dos Cânticos expressou de maneira grandiosa a beleza do amor humano como uma chama divina que abrasa o coração dos homens. O amor e a morte são duas realidades devoradoras e insaciáveis, que nunca dizem BASTA!


Grava-me, como um selo em teu coração, como um selo em teu braço; porque o amor é forte, é como a morte. Cruel como o abismo é a paixão. Suas chamas são chama de fogo, uma faísca divina. As águas da torrente jamais poderão apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Quisesse alguém dar tudo o que tem para comprar o amor... Seria tratado com desprezo” (Ct 8,6-7).


Mas o amor é mais forte do que a morte. Um dia a morte cessará, mas o amor é inextinguível, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16).


Mas o homem não saberá o que é amar se não entregar sua vida para aquela que ama. Trata-se de amar muito até o fim, de dar tudo até a própria vida. O amor de Cristo pela Igreja até o fim serve de espelho no qual os esposos deve se olhar.


É Preciso Manter a Fé Em Qualquer Situação e Dificuldade, Pois Deus Sabe Muito Bem Como Resolver Nossa Vida


 Jesus saiu e foi para a região de Tiro e Sidônia...”


Desta vez Marcos nos relata que Jesus deixou a terra de Israel, terra santa e vai a uma terra pagã, considerada sempreimpurapor Israel. Mas para o Senhor nenhuma terra é impura, pois tudo é obra de Suas mãos. Quando criou o universoDeus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). É o homem, com sua maldade que contamina e profana a obra de Deus.


Jesus entrou numa casa (na região de Tiro e Sidônia) e não queria que ninguém soubesse onde ele estava” (Mc 7,24).


Jesus não busca as ações brilhantes. Ele é sempre o Messias discreto. Deus faz as coisas silenciosamente sem muito barulho. Ele não faz barulho nem busca fazê-lo. Deus está “no murmúrio de uma brisa ligeira” (cf. 1Rs 19,21b). Todas as grandes obras sempre foram e são frutos de um silêncio. Coisas vazias sempre fazem barulhos e o barulho sempre faz mal para a vida. Muitas vezes acontece que as palavras dizem tão pouco. Apenas fazem ruído. Somente no silêncio e na solidão é que podemos escutar o essencial. Nãoprogresso ou crescimento sem reflexão e silêncio. Por isso, o silêncio e a reflexão se tornam o maior luxo para qualquer lugar e época. A verdadeira ação, na verdade, procede dos momentos de silêncio. O silêncio é a plenitude de vida.


O grandioso do relato do evangelho deste dia é a forma como uma mulher pagã é colocada como modelo de entendida no seu sentido mais genuíno e original. Ela se abandona nos braços d’Aquele que vem da parte de Deus e se declara fraca e limitada humanamente diante do problema que afeta a vida de sua filha e consequentemente afeta também sua vida como mãe. A tristeza da filha é a tristeza dobrada para a mãe. O sucesso da filha é o sucesso dobrado para a mãe. A mãe reconhece a superioridade e poder de Jesus, mostrando ao mesmo tempo a gravidade do problema de sua filha. O problema de sua filha é insustentável. Na sua declaração essa mulher quer dizer a Jesus: “Sem sua ajuda, Jesus, sem seu poder, é impossível eu sair do meu problema!”.


Essa mulher era uma Cananéia, uma pagã, uma estrangeira. Isto quer dizer que se trata de um ser impuro que faz os outros impuros. Mas não para Jesus, pois Ele que é o Santo de Deus (Mc 1,24) não pode fazer-se impuro e sim somente para purificar como fez com o leproso e com os pecadores, com os arrecadadores de impostos (publicanos), com a mulher de hemorragia e com os endemoniados. Agora Jesus está em contato com uma mulher duplamente impura: é uma pagã e mora em terra pagã com uma filha possuída pelo demônio. No entanto ela está ali aos pés de Jesus e lhe suplica que tire de sua filha o demônio.


Jesus não disse que não. Somente Jesus lhe diz que espere, que tenha paciência, queDeixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”.


“Filhos- cachorros”, isto é, judeus- pagãos. “Cachorro” é o termo usado para falar dos pagãos e estrangeiros. Jesus recorre a este termo para dar a entender que os pagãos não estão excluídos para sempre do banquete de salvação, do banquete dos filhos. Aqui se trata da salvação e da salvação para todos os povos (cf. Is 2,2-5; 25,6). Masumantes” e umdepoisque São Paulo observará em sua Carta para os romanos (Rm 1,16; cf. At 13,46). Mas Jesus aboliu tudo isso no dia de sua ressurreição ao dizer aos discípulos: “Há que proclamar o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém” (Lc 24,47). Em todo caso, o “depois” se antecipa aqui.


A mulher pagã confia na justiça e na misericórdia de Deus. Ela não perde sua mesmo que os obstáculos sejam grandes e desagradáveis. Por isso, ela responde sabiamente a Jesus: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Quanta nas palavras dessa mulher! Quanta humildade e quanta esperança! Ela chama Jesus de “Senhor”. É o titulo pascal ou pós-pascal, usado somente por essa mulher pagã no Evangelho de Marcos para assinalar que essa mulher tem e quando, há admissão para a mesa dos filhos. “Ter é assinar uma folha em branco, e deixar que Deus escreva o que quer” (Santo Agostinho). “Ter não é somente elevar os olhos a Deus para contemplá-Lo, é também olhar a terra com os olhos de Cristo” (Michel Quoist)


Pela sua verdadeira e profunda e pela perseverança na sua oração essa mulher é premiada pela cura de sua filha. “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio saiu de tua filha”, disse Jesus à mulher.  é crer no que não vemos. O premio da é ver o que cremos”, dizia Santo Agostinho (Serm. 43,1,1; cfr. Hb 11,1). A verdadeira é uma adesão a uma pessoa (Deus) e não a uma fórmula dogmática.


O evangelho nos mostra a de uma mulher que não pertencia ao povo eleito, não pertencia à uma Igreja ou a uma religião, mas tinha confiança e no poder de Jesus. Ela pode não pertencer a uma religião ou a uma Igreja, mas ela pertence a Deus pela que tem no poder de Deus.


Ser pagão não depende da pertença ou não a uma religião ou a uma Igreja. Ser pagão se define a partir do modo de viver. Por isso, há cristãos pagãos como tambémpagãos cristãos. Há cristãos que perdem com facilidade sua e vive sem esperança. Sãocristãospagãos. Há muitos que são considerados pagãos pelos outros, como a mulher Cananéia, mas acreditam no poder de Deus incondicionalmente. Sãopagãoscristãos.


A mulher Cananéia não perde sua , não protesta, não se revolta ainda que experimente a humilhação. Ela conseguiu o que pedia, pois ela se abandonava totalmente nos braços de Deus e encarava todos os tipos de obstáculos e dificuldades. Santo Agostinho dizia que muitos não conseguem o que pedem porque são maus de coração e por isso, eles têm que ser, primeiramente, bons. Ou muitos não conseguem o que pedem porque pedem malmente, sem insistência no lugar de fazê-lo com paciência, com humildade, com e por amor. Há que esforçar-se por pedir o que bom para todos. A mulher Cananéia é boa mãe, pede algo bom e pede bem. Através do evangelho de hoje o Senhor quer nos mover a termos e perseverança e a vivermos na esperança porque Deus nos ama. Deus se vence com e não com orgulho. De Deus se obtém tudo com confiança. Em Deus sempre encontra uma acolhida quando cada um se aproxima com humildade e não com autossuficiência.


Essa mulher é um modelo acabado de e oração unidas. Ela chama Jesus de “Senhor”, um título dado a Jesus pós-pascal. Sua é orientada para a libertação do próximo, nesse caso de sua filha. E sua oração cumpre aquilo que Jesus pede: a , confiança, perseverança e sem desfalecimento.


Ela nos ensina que a e a oração devem andar juntas. Quem tem em Deus precisa rezar. E quem reza, precisa ter . A é a atitude básica de qualquer crente, de qualquer cristão, pois ela é a resposta nossa diante da oferta do amor de Deus para nós. A oração evidencia, por sua vez, a presença e a vitalidade de nossa em Deus.


P. Vitus Gustama,svd

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