sexta-feira, 25 de agosto de 2017

26/08/2017
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O AMOR E A BONDADE VIVIDOS ATRAEM A BÊNÇÃO DE DEUS


Sábado Da XX Semana Comum


Primeira Leitura: Rt 2,1-3.8-11;4,13-17
1 Noemi tinha um parente por parte do marido, homem poderoso e muito rico, da família de Elimilec, chamado Booz. 2 Rute, a moabita, disse à sua sogra: “Permite que eu vá ao campo apanhar espigas, onde possa encontrar quem se mostre clemente para comigo”. Noemi respondeu: “Vai, minha filha”. 3 Rute foi, pois, colher espigas num campo atrás dos ceifeiros. Aconteceu que aquele era justamente o campo de Booz, parente de Elimelec. 8 E Booz disse a Rute: “Ouve, minha filha, não vás apanhar espigas em outro campo, e não te afastes daqui, mas junta-te às minhas servas. 9 Observa onde estão ceifando e vai atrás delas; pois ordenei aos meus servos que ninguém te moleste. Quando tiveres sede, vai aos cântaros e bebe da água de que bebem os meus servos”. 10 Então Rute, caindo-lhe aos pés, inclinou-se profundamente e disse: “Como pude encontrar graça a teus olhos, e te dignaste fazer caso de mim, uma mulher estrangeira?” 11 Respondeu-lhe Booz: “Contaram-me tudo o que fizeste por tua sogra, depois da morte de teu marido: como deixaste teus pais e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que antes não conhecias”, 4,13 Então Booz tomou Rute e recebeu-a como esposa. Uniu-se a ela e o Senhor concedeu-lhe a graça de conceber e dar à luz um filho. 14 As mulheres diziam a Noemi: “Bendito seja o Senhor, que não permitiu que faltasse um sucessor à tua família e quis que o seu nome se conservasse em Israel, 15 para que tenhas quem console a tua alma e te sustente na velhice, porque nasceu um menino de tua nora, que te ama e é para ti melhor que sete filhos”. 16 E Noemi tomou o menino, colocou-o no colo, e serviu-lhe de ama. 17 As vizinhas congratulavam-se com ela, dizendo: “Nasceu um filho a Noemi”, e deram-lhe o nome de Obed. Ele foi o pai de Jessé, pai de Davi.


Evangelho: Mt 23,1-12
Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2 “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3 Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4 Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6 Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8 Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9 Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10 Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11 Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
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A Bondade Atrai a Simpatia Do Homem e a Bênção De Deus


Contaram-me tudo o que fizeste por tua sogra, depois da morte de teu marido: como deixaste teus pais e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que antes não conhecias” disse Booz a Rute.


O capitulo segundo do livro de Rute começa com a descrição do terceiro personagem importante do livro de Rute: Booz. Booz é parente de Noemi por parte de seu marido, embora não seja muito próximo. Booz é um personagem poderoso e prestigiado por sua condição econômica. Em hebraico seu nome “Booz” significa “nele (em Javé) há força” e de fato, ele a tem.


Rute, a nora de Noemi, se encarrega de conseguir os alimentos. Espigar era um recurso de indigentes. A lei reconhecia este direito aos pobres, aos estrangeiros, aos órfãos e as viúvas (cf. Dt 24,19-21; Lv 19,19s; 23,22). Mas Rute, a moabita, e, por isso, estrangeira, não quer reivindicar nenhum direito. Rute somente busca um coração generoso que, livremente e de grado, lhe permite recolher as espigas caídas. Isso mostra que Rute é uma mulher íntegra e cheia de amor. Onde houver o amor, a lei perde sua função, pois “a caridade é a plenitude da lei” (Rm 13,10).


O azar ou a necessidade pela sobrevivência leva Rute a um campo de Booz. Felizmente, Booz dirige a Rute umas palavras cheias de afeto e de solicitude: “Ouve, minha filha, não vás apanhar espigas em outro campo, e não te afastes daqui, mas junta-te às minhas servas. Observa onde estão ceifando e vai atrás delas; pois ordenei aos meus servos que ninguém te moleste”.


Rute, com um gesto de humildade e de respeito, pergunta a que se deve tal benevolência de Booz para ela, uma simples estrangeira: “Como pude encontrar graça a teus olhos, e te dignaste fazer caso de mim, uma mulher estrangeira?”. Booz lhe replica que havia chegado a seu conhecimento tudo o que Rute tinha feito para Noemi, sua sogra, e como abandonou seu país e sua família de origem por amor a Noemi, sua sogra.


Percebemos aqui uma verdade: a bondade atrai a bondade; o amor atrai o amor; o respeito atrai o respeito. Embora outro possa ter mais riqueza, beleza e inteligência do que você, quando se trata dos valores espirituais e humanos tais como caridade, bondade, autosacrificio, honra, nobreza de coração, você tem uma chance igual a todos de ser a mais amada e honrada pessoa de todas as pessoas. O caráter não é uma herança. Cada individuo deve construí-lo com a ajuda dos mais próximos. Para limpar as dificuldades do caminho não há instrumento melhor do que um bom princípio ético, ou um bom caráter. Com efeito, o próposito verdadeiro de nossa existência não é ganhar a vida e sim fazer uma vida: uma vida válida, bem feita e útil para si e para os outros. Quem vive desta maneira recebe os cuidados de Deus mesmo que tenha que encarar a indigência na vida. Deus nunca fecha uma porta sem abrir outra. Façamos a coisa certa e deixemos os resultados com Deus!


Termina hoje a história de Rute. Rute se presta a trabalhar de espigadora nos campos do rico Booz. Mas Booz que ficou admirado pela nobre atitude de Rute, se enamora dela e a toma como esposa. Dessa união nasce Obed, o pai de Jessé e Jessé é o pai do futuro rei Davi. Quando o evangelista Mateus, ao início de seu evangelho, nos enumera a genealogia de Jesus, o Messias, não se esquece de pôr o nomem desta mulher, Rute, a moabita (cf. Mt 1,5). Ou seja uma estrangeira que se converteu para a religião de Javé e que teve o papel importante na história da salvação.


De Rute aprendemos a viver na difícil fidelidade nas coisas de cada dia, em nossas relações familiares ou comunitárias. Na fidelidade encontramos a felicidade. E a fidelidade tem a marca divina porque Deus é fiel a Si próprio e a nós todos. O Salmo Responsorial (Sl 127) está nesta linha de pensamento: “Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião; cada dia de tua vida”. Se formos simples e disponíveis como Rute, muitas coisas boas acontecerão na Igreja e na sociedade. Algremos-nos, pois na lista da genealogia de Jesus, no meio de tantos homens com poucas mulheres, aperece uma mulher boa, amorosa e amável, simples, trabalhadora e estrangeira: Rute.


A Verdade e o Amor Contra a Hipocrisia


Deveis fazer e observar tudo o que os mestres da Lei e os fariseus dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam”.


E no evangelho de hoje, Jesus condena duramente os fariseus “que dizem e não fazem”. É um avisao de Jesus para nós! Nossas palavras não podem ultrapassar nossa vida/nosso testemunho ou nossas ações para não nos tornarmos hipócritas. O que menos importava para os manipuladores da Lei (os escribas e fariseus) era a vida do povo. A grandeza na nova forma de vida inaugurada por Jesus se baseava no serviço, especialmente aos pobres, aos simples e aos que não tinham nenhum privilegio, pois deles não se esperava nada em troca: “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve”. “Prestar serviço sem humildade é, ao mesmo tempo, egoísmo e egocentrismo” (Mahatma Gandhi). O objetivo da crítica de Jesus é provocar a conversão nos seus ouvintes. Uma religião sem fé e sem amor ao próximo não leva ninguém para o céu, e por isso, não tem nada a ver com Deus.


Sem dúvida nenhuma que o capítulo 23 do Evangelho de Mateus é uma das páginas mais violentas do Novo Testamento. Quem o lê fica impressionado, sobretudo, com a linguagem dura de Jesus. As palavras são duras porque o perigo que é denunciado é grave. E a validade da denúncia profética que ouvimos dos lábios de Jesus, neste capítulo, não perde sua atualidade, pois seu alcance é universal. O “fariseu” a quem Jesus dirige suas palavras duras e denúncia é personagem típico, representa um paradigma de comportamento oposto ao Evangelho.


Uma religião que não liberta as pessoas, mas somente está cheia de regras por regras, não é uma verdadeira religião. A intenção de Jesus é chamar a atenção para um perigo que ronda toda comunidade cristã: o risco de esconder-se atrás de normas e regras, atrás dos preceitos, o risco do abuso espiritual, de exercer o poder sobre os outros sob um pretexto religioso, o risco de usar a moralização para desviar a atenção das fraquezas humanas.


A religião real é na essência uma relação interior entre Deus e o homem que se traduz na vivência do amor fraterno. As regras são necessárias, se forem instrumentos para facilitar este relacionamento a fim de alcançar a graça e a misericórdia de Deus.


É verdade que a experiência interior precisa achar expressão externa, porém, esta expressão exterior deve ser natural, sem exibicionismo religioso. Sabemos que o exibicionista é uma pessoa de personalidade superficial, fraca e sem ideais sólidos. A norma de seu comportamento é a ostentação de si próprio. Sua preocupação é colocar-se em evidencia, ser notado e elogiado. Toda pessoa possui algum lado bom, e ninguém consegue resistir à tentação de considerar-se mais do que vale e de parecer mais do que é. Mas um exibicionista exagera tudo. Ele não quer ser bom, mas quer parecer bom. Por isso, ele fica com um coração vazio. Por esta razão, Jesus quer que abandonemos este comportamento para não nos tornarmos pessoas vazias, mas pessoas cheias de espírito de fraternidade e de igualdade.


Por isso, outro ponto que Jesus condena é o autoritarismo religioso e o uso da religião em função do prestigio e do poder pessoal. Jesus pede aos cristãos, seus seguidores que sejam irmãos, e que se constituam como comunidades igualitárias e evitem os títulos e as dependências: “Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de mestre, pois um só é vosso mestre e todos vós sois irmãos” (Mt 23,8). É bom lembrar que o primeiro pecado, modelo de todos os outros, é contado na Bíblia como fruto da fome de poder e vaidade: vinha do desejo de competir até com Deus (cf. Gn 3,1ss).


Além do exibicionismo e o autoritarismo religioso, Jesus critica também a hipocrisia dos fariseus e dos escribas. A hipocrisia consiste em enganar os outros através dos gestos religiosos ou das prerrogativas sacrais a quem não se tem direito. Em outras palavras, tem-se a aparência de um santo, mas por trás há podridão. Aparentemente, o hipócrita presta culto a Deus, mas que, na verdade, ele procura varias maneiras para que ele esteja em destaque sempre, e não Deus. É uma incoerência de vida. É uma duplicidade, um fingimento. Ele extremamente se apresenta como um homem religioso, alguém que faz questão de proferir palestras bonitas sobre o amor, sobre a paz, sobre o respeito para com os outros, mas quando ninguém o vê viver assim.


A condenação da hipocrisia religiosa por parte de Jesus é um aviso para todos nós cristãos. A hipocrisia é uma tentação permanente ao longo da história da Igreja. Ela está presente nos sacerdotes, bispos e leigos. Todo cristão é candidato a este sistema de falsidade que se manifesta de múltiplas maneiras: na dissociação de crenças e conduta, no divórcio entre a fé e a vida, no orgulho religioso de quem se crê bom e santo e despreza os outros porque falham; em contentar-se com a estrita observância legal, esquecendo a conversão do coração. A dignidade da pessoa humana não consiste em parecer bom, mas em ser bom.


A Palavra de Deus proclamada hoje nos chama à conversão que se traduz no serviço despretensioso e no amor fraterno sem pretensão. Viver em estado permanente de conversão é a lei de crescimento para qualquer pessoa que acredita em Deus. “Quem não reconhecer seus pecados ata-os às costas como uma mochila e põe em evidência os pecados dos outros. Não por diligência, mas por inveja. Acusando o próximo, procura esquecer a si mesmo” (Santo Agostinho. In ps. 100,3). A conversão conduz as pessoas juntas à maturidade espiritual, que se reflete em sua aversão ao mal e sua atração pelo bem.


P. Vitus Gustama,svd



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