domingo, 8 de outubro de 2017

12/10/2017
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*Aqui (nesta página) encontra-se também a leitura da Quinta-Feira Da XXVII Semana.
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NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
12 de Outubro
No Brasil é Solenidade, sua Padroeira.


Evangelho: Jo 2,1-11
Naquele tempo, 1 houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.  4 Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
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Neste dia tragamos de volta aqueles três simples pescadores: Domingos Martins Garcia, Filipe Pedroso e Joao Alves. Eles estavam pescando no Rio Paraiba do Sul no lugar chamado Porto Itaguaçu em 1717. No início, em vez de pegar peixes, eles apanharam na sua rede a imagem de Nossa Senhora sem cabeça. Na nova tentativa apanharam a cabeça da imagem. Dai em diante, os peixes chegaram em abundância para os tres humildes pescadores. É o primeiro milagre para esses simples pescadores para sua vida, pois para os pescadores, peixe significa vida, significa o pão de cada o qual pedimos no Pai Nossos. Para vivermos a vida na sua abundância e plenitude precisamos colocar em primeiro lugar Aquele que é a fonte e o Doador da vida: Deus. Aqui Maria representa aquele ventre bendito pelo qual nos trouxe a vida. Para vivermos na alegria, no ânimo, precisamos colocar Deus em primeiro lugar, precisamos viver a Palavra de Deus e de acordo com Sua Palavra. A vida, antes de ser vivida, precisa ser rezada para que possamos viver a vida na sua abundância e plenitude.

Para celebrar a festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida a Igreja (no Brasil) escolhe uma passagem do evangelho de São João 2,1-11 que fala da festa de casamento em Caná da Galiléia. No entanto, os protagonistas não são os noivos, mas Jesus e sua mãe, o que aponta já para dois níveis de leitura: a leitura a partir de Cristo que converte a água em vinho e a leitura a partir de Maria que faz a intervenção suplicante nessa festa.


1. Festa De Casamento: Quem É O Nosso Deus Revelado Em Jesus Cristo?


O simbolismo matrimonial é freqüente na Bíblia (Is 54,6.10; 62,5;Os 2,16-18.21 etc...) para falar da ternura, da intimidade e do afeto da nova relação de Deus com o seu povo, todos nós. Isto quer nos dizer que o nosso Deus não é um Deus severo e tirano, e sim esposo e amigo, capaz de amar com ternura e paixão, de encontrar alegria no amor a seu povo.


Não é por acaso que o texto diz: “Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento”(v.3). Isto quer nos dizer que o Deus de Jesus não nos é revelado rodeado de imponente majestade, mas nas bodas e acompanhado de amigos. É precisamente isto que o que o evangelista João diz: a presença de Jesus é a manifestação deste Deus novo e diferente. Não do medo e do castigo, distante das pessoas, mas o Deus próximo, em meio à festa compartilhando as suas alegrias e preocupações. É um Deus que nos acompanha, que está sempre no meio de nós (Mt 28,20; 18,20). A religião de Jesus é, e continua sendo a da alegria e a da festa compartilhada porque Jesus é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações em que tudo parece como água, sem sabor nem cor. Quem está com Jesus tem vida sobrando, pois Jesus que é a Vida (Jo 14,6; 10,10) comunica continuamente vida e alegria. Para vivermos a vida na sua abundância precisamos ter lugar especial para Jesus na nossa vida diária.


2. Maria, Nossa Mãe Quem Suplica Por Nós


Maria, Mãe de Jesus também estava presente nas Bodas de Caná. E nessa festa, ao perceber que estava faltando vinho, Maria se dirigiu diretamente a Jesus e não ao organizador da festa: “Eles não têm mais vinho”. O vinho, na Bíblia, representa o amor e a alegria (cf. Ct 1,2;7,10;8,2). Quem são “eles” nesta frase da mãe de Jesus? Aqueles que basearam a relação com Deus não no amor, mas numa série de normas e regras, tornando assim essa relação fria e paralisada. Jesus é quem transforma essa relação cheia de regras para uma relação cheia de amor simbolizada na transformação da água em vinho.


Depois desta frase, Mãe de Jesus diz outra frase, mas, desta vez, para os serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser” (v.5). O que leva Maria a dizer esta frase é a fé absoluta em Jesus Cristo. Ela não exige provas antes de render a seu Filho uma total confiança. Ela não tem dúvida alguma de que Jesus vai fazer algo. Maria leva até o limite a sua fé consciente. Ela abandona-se à decisão do Filho. A fé de Maria é ilimitada em Jesus. A expressão “Fazei tudo o que ele vos disser”, sublinha a soberania de Jesus, por um lado e a fé absoluta de Maria em Jesus, por outro lado.


Pela sua atitude e pelas suas palavras, ao convidar os servidores a adotar a mesma atitude de obediência às palavras de Jesus, Maria é modelo para todos os que fazem parte do novo Povo de Deus. Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a fazerem de acordo com a Palavra de Deus. Maria, como a perfeita discípula e seguidora de Jesus se torna mestra e guia para todos nós. Sua frase continua atual. Ela continua nos dizendo hoje: “Para ser feliz, para viver a vida na sua profundidade e na sua abundância, vale a pena ouvir, ler, meditar e viver de açodo com a Palavra de Deus”.


Além disso, Maria nos ensina a orar pelos nossos irmãos, assim como ela fez nas Bodas de Caná. Maria está uma mulher muito atenciosa e prestativa. Por isso, ela percebe com rapidez as necessidades dos outros e logo toma providência. Maria é muito atenciosa. A atenção é um comportamento vigilante do eu sobre os outros; é uma transparência de olhar, uma prontidão em notar sinais de sofrimento em volta de si, um doar-se. A atenção é o amor verdadeiro, delicado, desinteressado e previdente. Ela é uma qualidade humana necessária e preliminar no caminho espiritual.


Revivendo hoje o momento em que o Filho de Deus transforma a água em vinho para os convivas de Caná, deveríamos ter a capacidade de perceber que uma das mais exaltantes mensagens do cristianismo é a mensagem de alegria. Deus quer que haja o vinho nupcial da alegria, a alegria de permanecer unidos, como irmãos. Cabe a cada um de nós a tarefa de viver e de anunciar a mensagem de alegria para os outros de que Deus sempre tem a última palavra. E esta última palavra está cheia de vida, de paz e de alegria. Temos que proclamar as razões da alegria, não da tristeza; temos que apontar os motivos do otimismo, não do pessimismo; temos que promover a vida, não a morte. A alegria deveria ser característica de quem vive na fé e caminha para o Reino de Deus. A religião de Jesus é e continua sendo a da alegria e da festa compartilhada porque Jesus é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações tristes em alegria. Quem está com Jesus tem vida sobrando, pois ele comunica continuamente vida e alegria.


O papa Gregório Magno, uma vez na sua pregação, disse a seguinte frase: “Embora tenha quem escute as boas palavras, falta quem as diga”.


P. Vitus Gustama,svd
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ORAÇÃO
SER PERSEVERANTE NA ORAÇÃO
Quinta-Feira da XXVII Semana Comum

Evangelho: Lc 11,5-13


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5 “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães,  6 porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7 e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8 eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9 Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11 Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12 Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”


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Continuamos acompanhar Jesus no seu caminho para Jerusalém ouvindo suas últimas e importantes lições para nossa vida de cristãos (Lc 9,58-19,28). São suas ultimas lições porque Jesus será crucificado, morto e glorificado em Jerusalém.


Na passagem do evangelho de hoje, Lucas volta a falar da necessidade de rezar sempre insistentemente. Rezar é uma maneira mais eficaz para aproximar a terra ao céu; para encurtar a distância entre a humanidade e a divindade. A oração derruba o muro que nos separa de Deus, pois na oração conversamos diretamente com o céu, isto é, com Deus. Distanciar-se da oração significa distanciar-se do céu. É impossível chamar Deus de Pai sem conversar com Ele permanentemente. “Orar é sempre possível porque o tempo do cristão é o tempo de Cristo ressuscitado, o qual «permanece conosco todos os dias» (Mt 28,20). Oração e vida cristã são, por isso, inseparáveis” (Compêndio do Novo Catecismo, 576, ou Novo Catecismo, 2742-2745. 2757).  Como dizia São João Crisóstomo: “É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio sozinho, fazer oração freqüente e fervorosa. É possível rezar, mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, ou até mesmo a cozinhar”.


Nossa oração é certamente petição, mas não tem nada a ver com um regateio mercantil. Há que recorrer a Deus como pobre na necessidade. A oração é antes de tudo uma confissão da própria indigência: Senhor, eu não consegui alcançar tal objetivo, Senhor, eu ando buscando..., Senhor, eu não compreendo tudo.., Senhor, eu necessito de Ti.


“A oração é um dom da graça, mas pressupõe sempre uma resposta decidida da nossa parte, porque o que reza combate contra si mesmo, contra o ambiente e, sobretudo, contra o Tentador, que faz tudo para retirá-lo da oração. O combate da oração é inseparável do progresso da vida espiritual. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza” (Compêndio do Novo Catecismo, 572; Novo Catecismo, no.  2725).


Jesus nos convida a perseverar em nossa oração, a dirigir confiadamente nossas súplicas ao Pai. Ele nos recomenda que sejamos persistentes na oração não porque Deus seja surdo e sim porque nós necessitamos perseverar para alcançá-Lo. A natureza humana é geralmente caracterizada pela inconstância. Ficamos desanimados e apavorados diante do primeiro obstáculo que nos é apresentado na conseqüência de nossos projetos e metas. Abandonamos a nave diante do menor indício de tormenta. As coisas fáceis geralmente não são valiosas. Para vencer os obstáculos são necessárias a humildade, a confiança e a perseverança.


Por isso, o evangelista nos convida a crer em nossas aspirações e a fortalecer nosso espírito com a oração constante. O Reino de Deus exige muita qualidade pessoal e muito apoio comunitário que serve sempre de testemunho perseverante.


Se decidirmos cultivar uma atitude perseverante, uma entrega decidida, e uma sobriedade diante das dificuldades, nós veremos que ao término de nosso esforço se encontra a generosa vontade de Deus que nos tem acompanhado desde o início de nossa vida.


Há três verbos, que se encontram no evangelho deste dia, que só os simples praticam: pedir, buscar e chamar. Se nestes três verbos for acrescentado o advérbio “insistentemente” então temos um programa de vida de um verdadeiro seguidor de Cristo.


Pedir supõe reconhecer que não temos tudo daquilo que necessitamos. Pedir é um ato de humildade. E a humildade nos faz crescer na nossa humanidade. É tomar consciência de nossos limites e de nossas limitações, admitir que alguém tenha muito mais coisas do que as que temos. Os mendigos pedem. Os pobres pedem. A presença do humilde, do pobre, do necessitado, na nossa vida, corrige nossa arrogância e acelera nossa humanidade. Eles nos humanizam. Não pedem os auto-suficientes e arrogantes.


Buscar implica experimentar a atração de algo valioso, admitir que há um tesouro pelo qual vale a pena arriscar-se, sentir estimulado pelas perguntas pelas quais não existem respostas pré-fabricadas. Não buscam os que sucumbem à rotina, os desesperançados, os preguiçosos, os que não querem melhorar a qualidade de vida.


Bater a porta ou chamar é dirigir-se a alguém com confiança de que vamos ser escutados. Chamar é invocar uma presença que nos supera e que ao mesmo tempo se encarrega de nós. Não chamam os que temem que não haja nada do outro lado da porta, os que não são preparados para um mundo novo cheio de surpresas de felicidade.


Se Deus nos atender é para nosso bem. Se Deus não nos “atender” para aquilo que pedimos e que achamos que seja importante é também para nosso bem maior. Na Sua sabedoria infinita Deus sabe muito bem daquilo do qual necessitamos. Ser atendido ou “não ser atendido” por Deus é tudo para nosso bem maior e para a glória de Deus. Em tudo temos que agradecer a Deus, pois até na oração Ele nos corrige sobre aquilo que devemos pedir a Ele.


Comparando com os amigos, Jesus quer nos dizer que Deus é para nós um amigo sempre fiel que atende às nossas necessidades e é também o Pai bom. Mas desse Amigo fiel e desse Pai bom não devemos esperar sempre uma resposta idêntica à resposta esperada. Podemos pedir muitas coisas boas que talvez não sejam atendidas. No entanto, tenhamos certeza de que Deus responde sempre com um dom que é superior ao que temos pedido: o Espírito Santo que nos ilumina, purifica, transforma e salva. Com o Espírito Santo que Deus nos concede podemos ter força necessária para enfrentar as dificuldades que entrecruzam nossa existência. Acompanhados por Ele podemos superar as angustias e tudo que nos ameaça. Este é o fruto principal da oração que justifica nossa Constancia e nossa perseverança em sua prática.


A síntese de tudo que nós podemos receber e encontrar é o Espírito Santo, isto é, tudo do que necessitamos para dizer “Abbá”, “Papaizinho nosso no céu” e para reconhecer com nossos lábios nosso coração que Jesus é nosso Senhor. “Se a nossa oração se une à de Jesus, sabemos que Ele nos concede muito mais do que este ou aquele dom: recebemos o Espírito Santo que transforma o nosso coração” (Comp. do Novo Catecismo, 575. Novo Catecismo, 2734-2741).


P. Vitus Gustama,svd

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