terça-feira, 5 de dezembro de 2017

07/12/2017
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VIDA SÓLIDA É UMA VIDA CONSTRUÍDA SOBRE A PALAVRA DE DEUS
Quinta-Feira da I Semana Do Advento

Primeira Leitura: Is 26,1-6
1 Naquele dia, cantarão este canto em Judá: “Uma cidade fortificada é a nossa segurança; o Senhor cercou-a de muros e antemuro. 2 Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra, 3 firme em seu propósito; e tu lhe conservarás a paz, porque confia em ti. 4 Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna. 5 Ele derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão. 6 Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos humildes”.


Evangelho: Mt 7, 21.24-27
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21 Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.
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O Senhor É a Rocha De Nossa Vida Em Quem Podemos Acreditar


Uma cidade fortificada é a nossa segurança; o Senhor cercou-a de muros e antemuro. ... Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna” (Is 26,1.4).


O tema da luta das duas cidades tece boa parte da trama da Bíblia, desde a construção de Babel (Gn 11) até o conflito final e decisivo, entre a Babilônia terrestre e a Jerusalém celeste (Ap 18-21). No poema do profeta Isaías 26, as duas cidades que se defrontam já não são realidades geográficas, pois nenhuma indicação permite reconhecê-las. A história do mundo aos olhos da Bíblia pode ter começado num jardim (Gn 2) e prosseguida num deserto (Ex 14), mas ela terminará numa cidade: Jerusalém celeste (Ap 21). Por isso, este processo literário é de suma importância doutrinal.


O profeta Isaías indaga a seus contemporâneos a respeito de sua cidadania: será a de Jerusalém ou a da Babilônia? Mas o profeta alerta que tudo quanto existe de babilônico no mundo, isto é, a expansão da classe burguesa à custa dos menos favorecidos e que suga toda a seiva da nação em proveito próprio, terá um fim (Is 26,5-6) e a vitória dos que se apoiam em Deus será irreversível. A tarefa de cada cristão é infundir suficiente amor em nossas Babilônia modernas para delas fazer cidades de comunhão com Jesus Cristo.


Além disso, há outra perspectiva na meditação da Primeira Leitura que é o tema Javé-Rochedo da nova cidade. Ter uma cidade forte, construída sobre a rocha, inexpugnável ou invencível para o inimigo, era uma das condições mais importantes na antiguidade para se sentir seguro. Suas paredes e torres, suas portas bem guardadas, eram garantia de paz e de vitória.


A imagem serve ao profeta Isaías para anunciar que o povo pode confiar no Senhor, nosso Deus, pois a fidelidade de Deus é comparada a um rochedo (Dt 32,4). O Senhor é a nossa muralha e torre, a rocha e a fortaleza da nossa cidade. E, ao mesmo tempo, com Ele podemos conquistar as cidades inimigas, por invencível que acreditem ser, pois “o Senhor é a rocha eterna. Ele derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão”.


Jesus, na conclusão do Sermão da Montanha, como lemos no texto do Evangelho de hoje, nos assegura que aquele que não somente ouve mas coloca em prática seus ensinamentos, está construindo sua vida sobre a rocha, e, portanto, seu edifício é garantido.


A Vida Sólida e Firme Se Constrói Sobre a Palavra De Deus  


O texto do evangelho de hoje faz parte da conclusão do Sermão da Montanha (Mt 5-7). Há dois pontos deste texto sobre os quais podemos refletir: as orações devem ser transformadas em compromisso na vida cotidiana, e a vida deve ser construída sobre a Palavra de Deus para que ela seja firme em todas as situações.


Nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.


Nãonada que seja mais perigoso do que a oração, pois a oração nos põe em compromisso com a vida diária. Ninguém reza e crê impunemente. Ao pedir a paz a Deus, por exemplo, devemos ser, então, construtores da paz na convivência com os demais; ao pedir a ajuda de Deus para nós e para os nossos, então, devemos estar próximos para ajudar os demais, e assim por diante. Muitos falam permanentemente de Deus, mas logo se esquecem de fazer Sua vontade. Muitos têm a ilusão de trabalhar pelo Senhor: “profetizamos em teu nome, expulsamos demônios, fizemos milagres...” (Mt 7,22), mas logo no dia de prestar contas percebe-se que eles não conhecem Deus e não são conhecidos nem reconhecidos por Deus: “Não vos conheço. Afastai-vos de mim vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7,23).


Com estas palavras Nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor’...” Jesus denuncia uma dissociação freqüente e muito perniciosa. Somos alertados que existe o perigo de uma oração (Senhor, Senhor) que não se traduz em vida e em compromisso (a vontade de Deus). Existe o risco de certos momentos comunitários que se fecham em si mesmos sem nenhum compromisso com a vida cotidiana e a vida comunitária (vida em comum). A oração, a escuta da Palavra de Deus e o encontro comunitário, são a raiz da práxis cristã. Porém, a raiz deve germinar e produzir frutos.


Precisamos estar conscientes de que não existe verdadeira sem empenho moral e o amor fraterno. A oração e a ação, a escuta e a prática, são igualmente importantes. Há três coisas indispensáveis para a vida de um cristão: escuta atenta da Palavra de Deus com oração, prática da vontade de Deus e perseverança até o fim apesar das tempestades da vida.


O evangelho deste dia quer nos dizer que não importa “dizer Senhor, Senhor, nem falar em seu nome, nem sequer fazer milagres”. O que importa é a prática. O fazer. As obras. Não o dizer, nem o pensar, nem o rezar, nem o pregar, nem fazer milagres. É mais fácil fazer louvor durante uma ou duas horas. O difícil é ajudar o necessitado durante uma ou duas horas. É preciso traduzir o louvor em compromisso com a vida cotidiana. A prática é a rocha, por isso, é firme até diante de Deus. Mas trata-se da obra feita no espírito de Deus e não qualquer obra. Temos que fazer tudo conforme a vontade de Deus e não de acordo com nosso próprio interesse.  A tentação permanente que qualquer um possa ter é querer brilhar sozinho. Ou praticar o bem para o próprio brilho. Isso é exibicionismo. Se cada um procurar o próprio brilho, então, Deus fica cada vez mais distante. Jesus nos convida a construir nossa vida sobre a prática para o bem e a salvação de todos. As obras boas praticadas no espírito de uma doação total são verdadeiros sinais da abertura diante da graça de Deus.


Jesus não quer que nós, cristãos, cultivemos somente a relação com ele, e sim que sejamos seguidores que, unidos a ele, trabalhemos para mudar a situação da humanidade. É viver de acordo com a justiça e a caridade. Ondejustiça nãopobreza nem exclusão social.


Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha”, acrescentou-nos Jesus.


O verdadeiro fundamento para construir nossa vida é o próprio Deus e Sua Palavra. Somente acertamos na vida, quando depositamos nossa total confiança em Deus e na Sua Palavra. Quem se apóia em Deus, permanece e vive eternamente, pois Deus é eterno. Nada nem ninguém será capaz de derrubar aquele que se apóia em Deus (cf. Rm 8,31). A chuva, as enchentes, os ventos são imagens para significar as dificuldades de todo gênero que o cristão enfrenta nesta vida. Mas por se apoiar em Deus, ele sairá vitorioso (cf. Jo 16,33b). Como diz uma frase: “Com Deus, um se torna a maioria. Sem Deus a maioria se transforma em minoria”.  O único fundamento que não falha e dá solidez ao que intentamos construir é o próprio Deus. Como diz o Papa Francisco: Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: ‘Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores’” (Exortação Apostólica:Evangelii Gaudium no. 3). Seremos bons arquitetos ou construtores, se na programação de nossa vida nós voltamos nosso olhar para Deus e Sua Palavra para saber o que devemos fazer e o que não devemos fazer.


Porém, apoiar-se em Deus implica fazer Sua vontade com seriedade e sinceridade, sem ficar apenas nas emoções, nas aparências e apenas de vez em quando. Para pertencer ao Reino de Deus não basta invocarmos ao Senhor; é necessário acomodar nossa vida aos princípios estabelecidos por Jesus Cristo (cf. 2Tm 3,16-17). A humanidade necessita de homens e mulheres sólidos, construtivos que edifiquem o que é sólido com Deus para construir uma humanidade na fraternidade. O verdadeiro cristão não pode ser uma pessoa de superficialidade.


Seremos bons arquitetos de nossa vida se na programação de nossa vida nós voltarmos continuamente nosso olhar para Deus e para sua Palavra, e nos perguntarmos qual é o projeto de vida de Deus, qual é sua vontade, manifestada em Jesus Cristo, e devemos viver, em seguida, como tal. Nossa oração deve estimular nossa ação e deve nos levar a nos comprometermos com a vida de todos.


O que interessa a Deus na nossa vida não são unicamente nossos momentos de oração e sim todos os momentos de nossa jornada. Se nossos momentos de oração são os momentos de paz, devemos manter os momentos de paz com os outros na vida diária. Se nossos momentos de oração são momentos de serenidade, nossa vida com os demais deve ser serena e não agressiva. Se nossos momentos de oração são momentos de pedido de ajuda, devemos estar prontos também para ajudar os demais. Se nossos momentos de oração são momentos de pedido de força para Deus para suportarmos tudo e para lutarmos até o fim, devemos nos transformar em força para os desanimados. Se nossos momentos de oração são momentos de pedido de misericórdia, devemos ser misericordiosos para com os demais na vida diária e não juízes da vida alheia. Se nossos pés são unidos para ficarmos de joelho diante de Deus a fim de adorá-Lo, não podemos usar os mesmos pés para pisar os outros. A vida e a oração devem estar em uníssono. Se não teremos que ouvir as duras palavras do Senhor ditas no evangelho de hoje: “Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7,23).


Nossa vida e nossa marcam a diferença quando estiverem unidas à vontade de Deus. Então nossa vida se transformará em luz para iluminar as mentes escuras e em rocha indestrutível para guiar os outros para o amor e o conhecimento de Deus. Deus nos conceda esta graça!


Portanto, Jesus nos convida hoje a sermos seguidoresrocha” e não seguidoresareia”. Seguidorareia” é aquele que vive de uma de simples aparência, sem fundamento, baseada apenas sobre as emoções. Conseqüentemente, a pessoa crê quando as coisas vão ao seu gosto e se desanima quando tudo não corresponde àquilo que imaginava. Os seguidoresrochasão os que fundamentam sua vida na rocha que é Cristo. Eles se mantêm firmes em qualquer situação, porque seguram na mão de Deus e sabem em quem acreditam: em Deus: “Não me envergonho, porque eu sei em quem coloquei a minha fé, e eu estou certo de que Ele tem poder para guardar o meu deposito, até aquele Dia” (2Tm 1,12). 


Para sermos verdadeiros seguidoresrocha” devemos fazer próprios as palavras do Salmo 78, como o Salmo de meditação: “Senhor, não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade.... Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados!”. Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros. Sabe muito quem conhece a própria ignorância e procura a viver com mais sabedoria e prudência. Deve ficar gravado no nosso coração aquilo que Jesus nos diz hoje: “Nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”.

P. Vitus Gustama,svd


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