domingo, 24 de dezembro de 2017


27/12/2017
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SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA
 (+ final s. I)
27 de Dezembro

Primeira Leitura: 1Jo 1,1-4
1 Caríssimos, o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida2 de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós –; 3 isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4 Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa.


Evangelho: Jo 20,2-8
No primeiro dia da semana, 2 Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou.
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1.  Jesus Para o Evangelista João


Neste dia (27 de Dezembro) celebramos a festa do evangelista São João. João, seu irmão Tiago e seu amigo Pedro formavam o grupo predileto de Jesus. Os três foram testemunhas diretas da ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), da transfiguração de Jesus no Tabor (Mc 9,2), de sua agonia em Getsêmani (Mc 14,33). Jesus teve tal predileção por João que este se assinalava a si mesmo como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13,23). Na noite da última ceia reclinou sua cabeça sobre o peito do Mestre (Jo 13,23). João é o único que é fiel a Jesus até o ultimo momento da Cruz. Enquanto os demais abandonaram o Senhor no momento da Paixão e morte. Judas vendeu o Senhor, Pedro o negou, João O acompanhava nos últimos momentos de sua vida terrestre, e como prêmio recebeu Maria como sua Mãe e em seu nome a Mãe de toda a humanidade: “Eis a tua Mãe!” (Jo 19,25-27). Paulo, na Carta aos Gálatas, fala de Pedro, Tiago e João “como as colunas” da Igreja (Gl 2,9).


A amizade de João com Pedro foi de sempre. Conterrâneo seu e companheiro de pesca, os dois foram encarregados por Jesus para preparar a ultima Ceia pascal (Lc 22,8). E na manhã da ressurreição ambos comprovavam juntos que o sepulcro estava vazio, como relatou o evangelho na festa de São João, evangelista (Jo 20,2-8). Juntos aparecem também na cura do paralitico por Pedro na frente de um templo e nos momentos de prisão (At 3,1-11).


Através de seus escritos percebemos que João evangelista é uma pessoa de profunda reflexão. Ele escreve com muita profundidade. Por isso, o símbolo de seu evangelho é águia, um pássaro que voa alto. Para entender o que ele escreveu é preciso descobrir o que tem nas linhas, nas entrelinhas e fora das linhas. É um homem com muito amor. Para ele, o amor fraterno é a carteira de identidade de qualquer cristão pelo qual todos o reconhecerão como seguidor de Jesus Cristo (Jo 13,34-35). É um homem de muita e ele convida todos a terem em Jesus Cristo para ter a vida eterna (Jo 20,30-31. Expressamente na sua primeira Carta ele escreveu: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa ” (1Jo 5,4). É um homem que capta com rapidez os sinais de Deus na vida (cf. Jo 21,7). O segredo disso é o seu amor profundo pelo Senhor Jesus e por isso tem uma serenidade em captar bem o significado dos acontecimentos. É um homem que respeita hierarquia e competência. O evangelho nos relatou que mesmo que chegasse primeiro ao túmulo de Jesus, João não entrou para deixar Pedro, que é o Primeiro entre as partes, entrar primeiro (Jo 20,3-7). Como discípulo amado e como um discípulo que amava Jesus, João não tinha medo de acompanhar Jesus até a sua morte (Jo 19,25-27). Através do Livro de Apocalipse João nos transmite uma esperança no Senhor nas horas de profundas dificuldades, pois Deus é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Começo e o Fim e nos garante que aquele que é perseverante até o fim testemunhando a vida cristã seu nome será escrito no Livro da Vida (cf. Ap 21,13-14).


No seu evangelho o evangelista João nos apresenta que Jesus é a Palavra de Deus que se fez carne (cf. Jo 1,14); é o Salvador do mundo por amor (Jo 3,16); é a Vida e a Ressurreição (Jo 11,25); é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6); é o Bom Pastor (Jo 10); é o Pão da vida que sacia plenamente a humanidade (Jo 6); é a Luz do mundo (Jo 8,12); é a Porta pela qual o homem se salva (Jo 10,6); é a verdadeira Videira com a qual o homem deve permanecer para produzir bons frutos (Jo 15,5) e assim por diante. Para o evangelista Deus não permanece calado, mas se comunica conosco. Deus não se revelou através de conceitos e doutrinas sublimes e sim se encarnou na vida entranhável de Jesus a fim de que todos nós, inclusive os mais simples, possamos entendê-Lo e nos comover diante do amor e da bondade de Deus (cf. Jo 3,16). Nos gestos e palavras de Jesus nos encontramos com o próprio Deus (cf. Jo 14,7-11). Jesus é o grande revelador e, é o único que pode revelar o Pai. Por isso, o evangelista nos diz que em Jesus “vimos Sua glória, glória de Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).


2. O Evangelista João e a Veneração à Maria


A veneração por Maria já aparece no contexto do Novo Testamento (NT). Não há dúvida de que Maria ocupe um lugar importante na história da salvação. Obviamente o lugar central cabe ao Cristo.


No Evangelho de Mateus (cf. Mt 2,11.13.14.20.21) o evangelista se refere cinco vezes ao “menino e sua mãe”.


O evangelista Lucas, de modo especial, testemunha esta veneração:


·        Lc 1,29: “Cheia de graça”, “encontraste graça diante de ti”.
·        Lc 1,42: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”.
·        Lc 1,43: “Donde me vem que a mãe de meu Senhor me visite”.
·        Lc 1,46-55: “Sim, doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada”.
·        No Magnificat Maria se coloca ao lado dos humildes, dos famintos, dos que temem a Deus (Lc 1,46-55).
·        At 1,14: “Antes de Pentecostes, todos unânimes, eram assíduos à oração, com algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus”.


Em Jo 2,4 e Jo 19,26, Maria é chamada “mulher”, isto é a Nova Eva, mãe dos discípulos ou da comunidade cristã.


Estes textos mostram que pelo ano 85 ou 90 depois de Cristo, já existia na Igreja uma veneração de Maria, seja que aceitemos as palavras acima como históricas, seja que as aceitemos como fruto das comunidades mateana, lucana ou joanina.  


3. Primeira Leitura e Sua Mensagem


O primeiro tema importante da Primeira Leitura é o da comunhão com Deus (1Jo 1,3). Aos olhos do autor da Carta a comunhão com Deus é a finalidade e a razão de ser do seu ministério evangélico. Este tema aparece em diversas formas em sua carta: João fala assim de “nascer com Deus” (1Jo 2,29; 4,7), de “permanecer na luz”, e essa luz é Deus (1Jo 2,8-11); de “permanecer em Deus” (3,5-6; 4,16), de “ter comunhão com Deus” (1Jo 1,5-7); de “conhecer Deus” (1Jo 4,7-8).


Todas as exposições de João têm para a mesma conclusão: Deus se revela através de certas qualidade: justiça, amor, luz etc., e o cristão que atua em conformidade com essas qualidades (fazer justiça, ama, caminhar na luz), penetra numa determinada relação existência com Deus à que João designa aqui com o nome de comunhão. Mais adiante a Carta vai dizer que essa comunhão consiste numa presença de Deus no homem e uma presença do homem em Deus, por comunicação de vida, e essa comunhão é realizada plenamente em Cristo, mas que está já em marcha em cada cristão (1Jo 5,11-12; 2,5-6; 3,6; 3,24; 4,13-16; 5,19). Através dessa comunhão Deus concede ao homem um coração novo para poder conhece-Lo (Jr 31,31-34; Ez 36,25-28; Cf. 1Jo 5,19; 2,27).


O segundo tema importante da Carta de João e de seu prólogo é o do conhecimento de Deus (1Jo 1,1). Para um semita como são João, o conhecimento não tem nada de intelectual, mas é essencialmente concreto: Deus é conhecido na medida em que se observam suas maravilhas e suas intervenções no mundo. João explica com toda claridade um conhecimento experimental: O que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida” que é Jesus Cristo. Trata-se, pois de um conhecimento existencial de Deus.


Portanto para conhecer Deus é preciso estar em comunhão plena com Ele em todos os momentos de nossa vida. Somente conhecemos o outro, entregando-nos a ele e aceitando que ele se entregue a nós. Trata-se de uma relação existencial.


4. Texto do Evangelho da Festa de Hoje e Sua Mensagem


O evangelho, lido na festa de São João Evangelista, nos apresenta o que é fundamental dos Apóstolos: eles são seguidores de Jesus, testemunhas da ressurreição, crentes em Jesus Ressuscitado e em todo seu caminho. Na época de Natal, enquanto contemplamos o Menino Jesus recém-nascido, somos convidados a viver esta mesma , a plena que São João viveu e transmitiu para todos os seus leitores, inclusive, para nós todos. João é testemunha daquilo que Jesus viveu e fez (1Jo 1,1-4), e nos convida a reconhecermos em Jesus a Palavra do Pai: “No princípio era Verbo e o Verbo era Deus. (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,1. 14). Ele escreveu seu Evangelhopara que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20,31). Em seus escritos João fala do amor-comunhão de Deus conosco e do amor que temos de ter aos irmãos.


Todas as exposições de João, na primeira leitura (1Jo 1,1-4), tendem para a mesma conclusão: Deus se revela através de certas qualidades: justiça, amor, verdade, vida, luz etc., e o cristão que atua em conformidade com essas qualidades: vive conforme a justiça, ama, caminha na direção da Luz, está do lado da verdade etc., penetra em uma determinada relação existencial com Deus a qual João designa aqui com o nome de comunhão. E essa comunhão consiste numa presença de Deus no homem e numa presença do homem em Deus, pela comunicação de vida realizada plenamente em Jesus Cristo (Jo 10,10). Essa comunhão é também uma aliança através da qual Deus concede ao homem um coração novo para poder conhecê-Lo (Jr 31,31-34; Ez 36,25-28; cf. 1Jo 5,19; 2,27). Mas quando se fala do conhecimento não se trata de um conhecimento intelectual e abstrato, mas trata-se de uma comunhão existencial.


Pedimos ao São João que tenhamos um pouco de seu espírito de reflexão sobre os fatos e os acontecimentos de nossa vida para entender seu sentido; que tenhamos um pouco do seu amor pelo Senhor e pelos irmãos; que tenhamos um pouco de sua para que possamos captar os sinais de Deus na nossa vida e para que sejamos perseverantes até o fim vivendo os ensinamentos de Cristo no nosso cotidiano a fim de que um dia nosso nome seja escrito também no Livro da Vida (Ap 3,5; 20,11-15). Que assim seja!!!
P. Vitus Gustama,svd

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